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Nº 5759
Maré

MULHERES NO SET E EM CENA .

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Por Thauane Rodrigues* ESTAGIÁRIA | Edição do dia 12/11/2022 - Matéria atualizada em 12/11/2022 às 04h00

Em processo de gravação e com mulheres potentes na frente e por trás das câmeras, o filme “Deus Ainda é Brasileiro”, de Cacá Diegues, terá duas protagonistas de Alagoas, as atrizes Ivana Iza e Laila Oliveira. Para completar, a produtora do longa-metragem é Paula Barreto, que coordena a produção que tem Alagoas como cenário.

Em “Deus Ainda é Brasileiro”, Ivana Iza e Laila Oliveira emprestam seus talentos e compartilham as experiências para viverem Madá e Linda, as protagonistas do novo longa de Cacá Diegues. De gerações diferentes, mas unidas pela arte, elas encaram os papéis como um novo desafio.

Ivana Iza é talvez o maior nome das artes dramáticas de Alagoas e celebra seus proveitosos 26 anos de carreira. A artista é amiga de Cacá Diegues e retorna aos olhares do diretor que, em 2003, no sucesso “Deus é Brasileiro”, estruturou a personagem Estela especialmente para ela. Agora, Ivana vive Madá, antes interpretada por Paloma Duarte. 

Chegando como uma surpresa boa na vida da atriz, o spin-off ‘Deus Ainda é Brasileiro’ não estava nos planos de Ivana Iza, longe das câmeras há algum tempo. A artista conta que está feliz com as cambalhotas surpreendentes do destino e recebeu a chegada de Madá com muito carinho. 

“Madá vem pra mim de uma forma bastante inusitada. Confesso que fiquei bastante surpresa, achava que nem ia fazer essa nova versão, pois as coisas mudam, eu não sabia qual era a temática, o que Cacá estava pensando, se teria o mesmo elenco, passou muita coisa pela minha cabeça. Até que fui convidada para fazer a personagem e fiquei muito feliz em ser uma das protagonistas”.

Do outro lado está a estreante Laila Vieira. Para ela, o longa-metragem surgiu como uma oportunidade sonhada, mas distante devido "à falta de experiência”. Foi seguindo os conselhos de um amigo, que a jovem de 21 anos decidiu embarcar na tentativa. A alagoana, desde o primeiro teste, teve contato com a personagem Linda e está super empenhada para honrar o fato de ter sido escolhida.

“Fiquei sabendo da seleção para o elenco através de um amigo, que me incentivou bastante, mesmo quando eu duvidei que poderia dar certo, achava que estavam buscando artistas muito mais experientes e com nome no mercado, ainda bem que eu estava enganada. Hoje estou fazendo parte do elenco principal, com a felicidade transbordando”, revela.


ENTRE CENAS E CONEXÕES

No longa-metragem, Laila dará vida à jovem aventureira Linda, que promete impactar o público em algumas cenas. De acordo com a atriz, ela e Linda se conectam pelo jeito de ser. São decididas e com liderança nata, o que faz as duas tomarem a frente de várias situações da vida. “Vejo algumas semelhanças entre nós duas. Não posso dar spoiler, mas estou muito ansiosa para ver as reações do público”.

Após mais de 20 anos e muitas outras experiências vividas, Ivana Iza também encontrou conexões com a personagem Madá e tem se preparado para imprimir da melhor forma a mulher que é a personagem, dando vida a toda sua liderança política e os detalhes emocionais.

“Fui tentando entender onde a personagem se encaixa hoje. Era uma mulher jovem, que agora já tem 44 anos — que é também a minha idade, que passou por muitas questões com o amor dela pelo Taoca. Ela é uma mulher muito envolvida com a política local, e que agora tá em um momento muito delicado e sensível da vida dela. Não posso falar muito para não dar spoiler, mas minha preparação tem sido olhar para essa mulher com a sensibilidade que ela exige e tenho certeza que quando vocês forem ao cinema irão entender o motivo”, contou Ivana.

Lidando com as experiências do novo e a rotina puxada dos dias de gravação, Laila Oliveira destaca a oportunidade criada pelo filme que está sendo rodado em Alagoas e a geração de emprego para a população local, que tem aproveitado o momento de gravação para buscar destaque no setor.

Ivana Iza afirma estar se sentido privilegiada por fazer parte deste momento e compartilhar dele com os profissionais alagoanos, que ocupam 70% da produção.


REPRESENTATIVIDADE E OPORTUNIDADE

Outra mulher em evidência em “Deus Ainda é Brasileiro” é Paula Barreto, produtora do longa-metragem. Ela diz enxergar o momento como uma oportunidade de mudar o cenário do setor do audiovisual, que mesmo tendo a maioria dos profissionais sendo mulheres, ainda é muito machista devido a equipes serem montadas, na maioria das vezes, majoritariamente por homens, dificultando a liderança das mulheres produtoras.

“Temos tentado mudar esse cenário priorizando contratar mais mulheres. Depois de 6 anos muito ruins para a cultura, finalmente a luz brilha no fim do túnel com o novo governo que assumirá em janeiro de 2023. Vamos aguardar e fiscalizar as novas diretrizes para o audiovisual brasileiro”.

*Sob supervisão da editoria da Revista Maré

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