METAS
Do papel à realidade
Chegada do mês de junho incentiva as pessoas a reavaliarem as rotas para alcançar as metas estabelecidas para 2025


Chegamos ao mês de junho, último mês do primeiro semestre do ano e, com ele, vem a clássica pergunta: o que você fez com os planos que traçou lá em dezembro? Metas cumpridas, esquecidas ou em processo de reformulação fazem parte da realidade de muita gente. Especialistas garantem que, mais importante do que seguir o roteiro à risca, é saber ajustar a rota quando necessário. Afinal, dá para mudar de caminho sem se frustrar — e ainda aproveitar o que já foi conquistado antes de traçar novos objetivos para o segundo semestre.
A psicóloga Mayana Sérgia conta que, com a chegada de junho, último mês do primeiro semestre do ano, é importante e saudável fazer uma autoavaliação dos planos atingidos até então, desde que a pessoa saiba administrar e lidar com o que fez e conquistou até o momento, assim também com o que não se concretizou.
“As metas que já foram alcançadas contribuem positivamente para a autoestima, a confiança e a segurança. Contudo, em alguns casos, podem gerar ansiedade, principalmente para aqueles que ainda não conseguiram atingir algum objetivo ainda esse ano”, conta.
Para quem já concretizou tudo ou grande parte do que planejou no final do ano passado, é o momento de aproveitar as conquistas e, ao mesmo tempo, fazer novos planos. “Afinal, o ser humano está em constante mudança. Assim, é possível aproveitar o momento, como também fazer novos planos, pois, a própria vida nos leva a isso, a sempre conquistar os objetivos e abrir espaço para algo maior”, diz a psicóloga.
Já para aqueles que ainda estão correndo atrás dos objetivos que não foram alcançados é importante saber lidar com os sentimentos, para evitar a frustração no meio do processo, o que pode trazer insegurança, incapacidade, problema de autoestima, dificuldade em se valorizar, desânimo, infelicidade e outros sentimentos que podem atrapalhar as atividades do dia a dia.

A empresária Jaqueline Rocha, de 35 anos, já conseguiu conquistar grande parte do que desejou para este ano. Ela ressalta que costuma fazer grandes planos e focar nos objetivos para que tudo possa dar certo. Ela anota tudo em um caderno e diz ser bastante flexível caso haja necessidade de fazer replanejamentos.
“Geralmente, faço planos macros, ou seja, mudanças em grande escala que estejam correlacionadas com meu propósito de vida são mapeadas para que minhas ações no mês sejam intencionais. Atualmente, tenho um caderno que registro pensamentos, reflexões e planos. Embasada em minha fé, busco entender o que preciso fazer nos próximos meses e listo. Planejo ações específicas para serem executadas, a fim de que o resultado seja alcançado. Mas entendo que tudo coopera para o bem, então sou flexível quanto aos desvios de rotas e replanejamento”, pontua.
Um dos desejos já realizados por Jaqueline é o aumento do nível de produtividade e foco. Ela explica que, por ser diagnosticada com TDAH, vem desenvolvendo o cognitivo, por meio da qualidade de vida e do desenvolvimento da mente, para expandir a capacidade produtiva. “Eu tinha um prazo de três meses para aperfeiçoar isto de forma mais intencional e intelectual. Com estudos, terapia, autoconhecimento e autoliderança, sabendo que fazemos o que precisamos e não o que queremos, consegui desenvolver mais habilidades para este avanço”, conta.
Ela também se mudou de casa e passou a morar sozinha, após todo um processo de preparação da família, organização da questão financeira e ações práticas, como procurar um apartamento e adquirir os eletrodomésticos. Outra grande conquista alcançada foi o envolvimento em ações sociais, um desejo que morava no coração da empresária há alguns anos, e que entrou nas metas para 2025.
“Trazendo esses três exemplos, fica claro que metas sem prazo são apenas desejos ou sonhos. Mas se realmente queremos algo, precisamos levantar da cadeira e agir para trazer à existência. O nosso esforço aponta se apenas queremos ou se queremos mesmo alguma coisa”, reflete.
Para o segundo semestre do ano, Jaqueline conta que ainda tem muitos planos previstos e até alguns que surgiram nesses meses que já se passaram. Focada, ela diz que está no caminho certo para que tudo se realize.
“Ainda tenho planos previstos e planos que surgiram nesse primeiro semestre. Creio que estou no caminho certo. A mudança de estratégia está baseada no monitoramento da execução. Até o momento, o que mudou foi algo relacionado ao profissional, inicialmente planejado para ser concluído em maio, mas foi replanejado para julho. O grande segredo é ter mapeado o que se quer alcançar, gerenciar e executar. Se necessário, replanejar. Mas sempre seguir”, conclui.
A psicóloga explica que anotar todo o que deseja em uma agenda ou caderno pode ajudar bastante a seguir pelo caminho certo para concretizar os próprios desejos. Isso porque a prática de anotar pode mostrar a melhor direção e para onde se quer seguir. “No final de cada dia, é bom analisar o quanto você se dedicou para realizar o que deseja. É importante lembrar que, às vezes, precisamos de um profissional que nos mostre que podemos ir mais longe, quando isso não parte da própria pessoa, ajudando a pessoa a enxergar o mundo com outro olhar e mostrando possibilidades de coisas que é possível fazer acontecer. É uma questão individual. Então, se não sente que sozinho consegue mudar essa realidade, é importante procurar uma ajuda profissional psicológica”, diz.
Ela completa que o planejamento é apenas o início para alcançar os objetivos e que, a partir dele, é que vem a organização. “É importante definir os recursos disponíveis como o tempo e o conhecimento, e criar um plano de ação, avaliando continuamente o resultado e ajustando quando for necessário”, completa.