ESPAÇO PET
Estabelecimentos de Maceió se adaptam para receber pets e agradam tutores e clientes
Ambientes adaptados garantem conforto tanto para os animais quanto para os demais clientes


Os estabelecimentos comerciais em Maceió estão abrindo espaço para um público que ganha cada vez mais visibilidade: os animais de estimação. Cafeterias, restaurantes, hamburguerias e bares vêm adotando o modelo “pet friendly”, que permite que os tutores levem seus cães e gatos para desfrutar momentos de lazer sem precisar deixá-los em casa.
A bancária Ana Paula, de 38 anos, é uma das pessoas que já aproveitam esse tipo de espaço na cidade. Ela é tutora da Safira, uma Beagle de quatro anos. “Ela [Safira] adora sair de casa, e quando descobri que dava pra levá-la comigo pra alguns lugares, fiquei super feliz. A gente vai sempre a uma cafeteria na Ponta Verde, onde ela pode ficar tranquila na parte externa. Parece que ela até reconhece os lugares”, conta Ana.
Em Maceió, diversos estabelecimentos já estão se destacando por aceitarem animais de forma organizada, com regras bem definidas e atenção especial à convivência entre todos os públicos. Um exemplo é o Barina Gastrobar, localizado na orla, que desde sua abertura se propôs a ser um local onde os pets também são bem-vindos. Augusto Rocha, um dos proprietários do bar, explica que a decisão foi natural.
“O que nos motivou, primeiramente foi por gostarmos de pets, além disso, queremos que todos possam viver a experiência de vir ao Barina, ou seja, caso você esteja com seu pet e passe pelo estabelecimento, não tenha que deixar de ir porque está acompanhado do animal e sim possa já aproveitar para sentar e curtir ao lado do seu fiel companheiro”.
Desde o início, o Barina optou por delimitar os espaços para garantir conforto e segurança a todos os clientes. “Já abrimos o Barina aceitando receber animais em nosso estabelecimento, a reação dos clientes sempre foi muito positiva, pois sempre soubemos delimitar os espaços, então quem tem pet ficou maravilhado por ter a opção de levar o seu e poder ficar sentado à beira mar tomando uma cerveja acompanhado do pet. E para quem, por algum motivo, não gosta, temos outros setores onde não é liberada a entrada, o que deixa todos confortáveis”, disse Augusto.
Ele reforça que a presença de animais é permitida apenas na área externa e com regras específicas. “Solicitamos para os donos dos pets sempre mantê-lo na coleira e ficar na área externa, pois além de mais arejada para o animal, entendemos que existem algumas pessoas que têm medo ou apenas não gostam de pets, assim conseguimos manter um conforto tanto para quem vem com o bichinho, como para quem prefere não ter esse contato”, diz.
Marina Nogueira, também proprietária do Barina, reforça que a proposta foi bem recebida pelo público desde o início. “Como já abrimos sendo petfriendly, não conseguirei informar sobre aumento de faturamento, porém, percebemos uma satisfação muito grande de quem pode levar seu pet para o estabelecimento, não influenciando em nada os outros clientes. Abriu um leque maior de clientes para o nosso estabelecimento, pois conseguimos fazer que ambos consigam se divertir, sem ultrapassar o limite do outro”.
Com 58% dos lares brasileiros abrigando ao menos um cão e 28% com a presença de gatos, a demanda por espaços que acolham animais se intensificou nos últimos anos. O setor de alimentação fora do lar passou a considerar esse novo comportamento dos consumidores e, como resposta, tem investido em estrutura e atendimento que incluam os pets sem comprometer a experiência dos demais clientes.
A tendência acompanha o crescimento do mercado pet no Brasil, que, segundo dados do Instituto Pet Brasil (IPB), já ultrapassa a marca de 149,6 milhões de animais de estimação. O país é o terceiro maior mercado pet do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
De acordo com Marcus Batalha, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel), a adaptação dos estabelecimentos deve ser feita com planejamento e responsabilidade. Ele afirma que “o principal desafio são os estabelecimentos terem ambientes de convívio em comum, tanto para os animais como para os clientes”.
Sobre o impacto financeiro, Marcus explica que “o aumento desse mercado, sem dúvida, impacta porque quem disponibiliza o acesso aos pets para o seu estabelecimento tanto pode ganhar, aumentar o faturamento com as vendas para o dono do pet, quanto também o próprio pet pode consumir, porque os restaurantes e os estabelecimentos estão trazendo cardápios inclusive para os próprios animais”.
No entanto, ele destaca que é fundamental tomar cuidados específicos. “Os cuidados e recomendações que a gente fala sempre são a questão de higiene sanitária, o local onde esses pets vão ficar em relação ao contato com a alimentação, enfim, tudo isso para que não exista nenhum problema”.
Por fim, Marcus ressalta a importância de manter uma convivência harmoniosa entre todos no ambiente. Segundo ele, é essencial que a presença dos pets seja tranquila, sem causar incômodo, garantindo conforto tanto para quem está com o animal quanto para os demais clientes que não estão acompanhados de pets.