Especialista dá dicas para um São João saudável

As festas juninas são celebrações tradicionais no Brasil, marcadas por comidas típicas, fogueiras e danças. No entanto, é essencial adotar cuidados para garantir que a diversão não comprometa a saúde.

Sabendo disso, o médico com atuação nas áreas de Nutrologia e Medicina Esportiva, Djairo Araújo, destaca orientações baseadas em evidências científicas para um aproveitamento saudável das festividades. Confira!

Moderação alimentar: aproveite os quitutes com equilíbrio

Os alimentos típicos das festas juninas, como pamonha, canjica e bolo de fubá, são ricos em açúcares e gorduras. Para pessoas com condições como resistência à insulina ou dislipidemias, o consumo excessivo pode agravar o quadro clínico. A OMS recomenda uma alimentação equilibrada que considere o contexto cultural e os alimentos disponíveis localmente. Adaptar receitas e preferir preparações mais naturais são estratégias eficazes para manter o equilíbrio sem abrir mão do sabor.

Bebidas alcoólicas: consumo consciente é fundamental

A OMS afirma que não existe nível seguro de consumo de álcool para a saúde. O consumo de bebidas alcoólicas está associado a mais de 200 doenças e lesões, incluindo cânceres e doenças cardiovasculares. Durante as festas, é importante intercalar o consumo de álcool com água e evitar a ingestão em jejum. Pessoas em uso de medicamentos ou com condições de saúde específicas devem evitar o consumo.

Cuidado com fogueiras e fogos de artifício: prevenção de queimaduras

Durante o período junino, há um aumento significativo nos casos de queimaduras. Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras indicam que cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras anualmente no Brasil, com um aumento de até 30% nos atendimentos durante as festas juninas. É essencial manter uma distância segura de fogueiras e fogos de artifício, especialmente crianças e idosos, que são mais vulneráveis.

Hidratação: mantenha o corpo bem hidratado

O consumo de alimentos salgados e bebidas alcoólicas pode levar à desidratação. Manter uma ingestão adequada de água é crucial para o bom funcionamento do organismo, inclusive da função renal. O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda que a água seja a principal fonte de hidratação, evitando refrigerantes e bebidas alcoólicas.

Sono e imunidade: não negligencie o descanso

Festas prolongadas podem comprometer a qualidade do sono, afetando a imunidade e o bem-estar geral. A privação de sono reduz a capacidade do corpo de lidar com o estresse e aumenta o risco de adoecimento. Manter uma rotina de descanso adequada é fundamental, mesmo durante os festejos.

Atenção às doenças crônicas: cuidados redobrados

Pessoas com diabetes, hipertensão, disfunções renais ou hepáticas devem manter o acompanhamento médico e seguir orientações individualizadas durante as festas. O consumo excessivo de sódio, açúcar e gordura saturada pode descompensar quadros previamente estáveis.

Evite alimentos ultraprocessados: opte por preparações caseiras

Alimentos ultraprocessados, como salsichas, presuntos e refrigerantes, são comuns nas festas juninas, mas devem ser evitados. O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda a base alimentar em alimentos in natura ou minimamente processados, como milho, mandioca, batata-doce e carnes magras.

Segurança no trânsito: álcool e direção não combinam

O consumo de álcool aumenta o risco de acidentes de trânsito. Durante períodos festivos, é essencial planejar o transporte com antecedência, utilizando alternativas como motoristas designados ou aplicativos de transporte. Celebrar com responsabilidade é uma forma de autocuidado e proteção à vida.

Desta forma, com atenção e escolhas conscientes, é possível aproveitar os sabores e a tradição das festas juninas. Moderação, equilíbrio e pequenas adaptações no cardápio garantem não só o prazer à mesa, mas também bem-estar durante e após as comemorações.

“Aproveitar as festas juninas com responsabilidade e consciência é essencial para garantir a saúde e o bem-estar. Com moderação e atenção às orientações médicas, é possível celebrar as tradições culturais sem comprometer a saúde”, finaliza Djairo.