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SAÚDE

Como sentir ansiedade impacta a saúde do coração? Descubra

Especialistas explicam como o estresse emocional pode afetar o órgão mais importante do corpo, o coração

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Alguns sintomas podem confundir crises de ansiedade com problemas cardíacos
Alguns sintomas podem confundir crises de ansiedade com problemas cardíacos | Foto: Divulgação

Sintomas como palpitação, falta de ar e dores no peito podem confundir crises de ansiedade com problemas cardíacos. Apesar de parecerem inofensivos, episódios de estresse emocional intenso também podem impactar a saúde do coração a longo prazo.

De acordo com o cardiologista Rafael Marchetti, médico do exercício e do esporte com mais de 20 anos de experiência, é comum que o corpo entre em “modo de alerta” durante uma crise de ansiedade.

“A ansiedade é como um leão que fica atrás de você e te deixa em estado permanente de alerta e tensão, liberando hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial”, explica o especialista.

A longo prazo, esse quadro pode sobrecarregar o sistema cardiovascular, favorecendo inflamações, arritmias e até o desenvolvimento de hipertensão.

Ansiedade ou infarto? Entenda as diferenças

A confusão entre uma crise de ansiedade e um infarto é comum, já que ambas podem causar sintomas como dor no peito e falta de ar.

“Na crise de ansiedade, o desconforto costuma ser difuso, com sensação de aperto e duração limitada, melhorando após a crise”, diz Marchetti. O infarto, porém, tende a causar dor forte e localizada, irradiando para braço ou mandíbula, acompanhada de suor frio e mal-estar intenso.

O médico orienta que, diante da dúvida, a avaliação médica é indispensável, especialmente para quem tem fatores de risco como histórico familiar de doenças cardíacas, tabagismo, obesidade ou sedentarismo.

O impacto da ansiedade no corpo e na mente

A psiquiatra Bianca Schwab, especialista em saúde mental, lembra que a ansiedade é uma emoção natural e até necessária em certas situações. Ela se torna um problema quando é constante e desproporcional.

“A ansiedade é uma emoção natural do ser humano. Todos nós, em algum momento, nos sentimos ansiosos”, salienta. “Em muitos casos, ela é esperada e até mesmo benéfica, pois nos prepara para enfrentar situações de alerta, perigo ou desafio. Porém, ela pode se tornar um transtorno quando surge de forma excessiva, persistente e desproporcional às situações causais”.

De acordo com ela, muitas pessoas convivem com sintomas de ansiedade sem perceber. A médica ressalta que irritabilidade, insônia, tensão muscular, dores no corpo ou no estômago e pensamentos negativos constantes são sinais que não devem ser ignorados.

“O corpo passa a funcionar como se estivesse sempre em alerta, mesmo sem uma ameaça real. Esse estado contínuo de tensão pode gerar taquicardia, palpitações, distúrbios gastrointestinais e dores de cabeça”.

A médica emenda ainda que a ansiedade prolongada pode causar alterações reais no cérebro, passando a funcionar de forma diferente. Essas alterações tornam a pessoa mais sensível ao estresse e com mais dificuldade de controlar as emoções. O cérebro, no entanto, tem capacidade de se adaptar, e com tratamento adequado é possível reverter muitos desses efeitos.

Cuidar da mente é proteger o coração

Tanto o cardiologista Rafael quanto a psiquiatra Bianca concordam que saúde mental e saúde cardiovascular estão intimamente ligadas. Crises de ansiedade intensas e frequentes podem prejudicar a saúde física tanto quanto maus hábitos de vida.

“Quando as crises de ansiedade se tornam frequentes e intensas, o coração é constantemente exposto a picos de batimentos e pressão arterial elevados. Esse estresse repetido pode comprometer a função cardiovascular, aumentar o risco de arritmias e favorecer doenças como hipertensão e insuficiência cardíaca ao longo do tempo”, reforça Marchetti.

Já Bianca complementa: “Cuidar da saúde mental não é apenas tratar os sintomas, mas também preservar o bem-estar como um todo. Por isso, reconhecer os sinais e buscar ajuda é fundamental para prevenir consequências mais graves e recuperar qualidade de vida”.

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