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Eutanásia em pets: veterinária orienta em quais casos ela é indicada

Especialista explica quando a eutanásia é indicada e por que representa um gesto de compaixão com os pets. Entenda como funciona o processo

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Imagem ilustrativa da imagem Eutanásia em pets: veterinária orienta em quais casos ela é indicada
| Foto: Justin Paget/Getty Images

A eutanásia de animais de estimação é um assunto que desperta muitas dúvidas e sentimentos. Para vários tutores, decidir interromper a vida de um pet é algo inimaginável. Para outros, é visto como forma de aliviar o sofrimento.

Afinal, existe um momento ideal para tomar essa decisão?

O tema também aparece na série espanhola Animal, que explora de forma sensível e bem-humorada a relação entre humanos e seus pets. A produção, criada por Víctor García León e disponível na Netflix, mostra os desafios de lidar com decisões delicadas sobre a vida dos animais.

De acordo com a veterinária Ana Daher, a resposta não é simples. “Não existe um momento ideal. É algo muito particular de cada indivíduo, mas ela não deve partir do tutor. Ela deve partir primeiramente do veterinário”.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a prática só deve ser indicada em situações em que a medicina já não consegue evitar a dor e o sofrimento do animal.

Outra circunstância é em que ele seja uma ameaça para a saúde pública. “Essas indicações são o que às vezes as pessoas confundem”, explica Ana.

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| Foto: Catherine Falls Commercial/Getty Images

Quais são os sinais de sofrimento?

A especialista cita que as principais indicações envolvem doenças em que o pet perde suas funções básicas, como comer e beber água sozinho, ou até mesmo a capacidade de respirar sem auxílio de oxigênio.

“Geralmente, acontece em neoplasias graves ou falência de órgãos, que não tem mais como reverter e geram muita dor para o animal”, esclarece.

Nessas situações, o veterinário tem o papel de avaliar o quadro de forma técnica e empática, a fim de evitar que a decisão recaia totalmente sobre o tutor.

Ela também destaca que há visões opostas sobre o tema: “Algumas pessoas ainda têm a ideia de que a eutanásia é a solução, por falta de conhecimento, falta de cuidado ou de disponibilidade. De outro lado, existe quem se culpa por realizar, como se estivesse desistindo do animal”.

Para ela, o equilíbrio está em compreender o procedimento como parte do cuidado. “É um ato de amor, é uma forma de olhar para o animal que está sofrendo, guardar o que foi bom e deixá-lo descansar”.

Como a eutanásia é realizada

A eutanásia é um ato médico e só pode ser conduzida por veterinários habilitados. O ambiente deve ser tranquilo, e o tutor pode escolher acompanhar o momento final do pet, se desejar.

O processo segue etapas bem definidas. A veterinária explica que primeiro são administrados anestésicos, que vão deixar o paciente inconsciente e sem dor.

Depois são aplicados os medicamentos que induzem a eutanásia. E por fim, é verificado se o animal realmente faleceu. “Ela deve ser totalmente indolor”, detalha.

Ana reforça que o tutor deve se sentir acolhido e orientado durante todo o procedimento, já que o momento costuma ser emocionalmente delicado.

Um ato de amor e responsabilidade

Nos últimos anos, o avanço da medicina veterinária aumentou a expectativa e a qualidade de vida dos animais, o que faz com que a eutanásia seja considerada apenas quando não há mais alternativas.

“Hoje, os animais estão vivendo muito mais, têm uma sobrevida mais alta. A medicina evoluiu muito e já há maneiras de ter qualidade de vida. Quando não há mais essa possibilidade, ela se torna uma opção”, destaca.

Ela também faz um alerta sobre os equívocos comuns que cercam o tema. Alguns deles acontecem por causa das indicações para eutanásia.

Ana relata também que há equívocos quanto à realização do procedimento e de quem pode fazer. “É proibido a qualquer outra pessoa realizar que não seja médico veterinário”, observa.

Para além do fim da vida de um pet, a eutanásia deve ser entendida como uma forma de garantir dignidade ao animal que já não tem mais qualidade de vida. “Também há um equívoco sobre ser uma crueldade, mas ela vem justamente para cessar o sofrimento”, finaliza a veterinária.

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