COLUNA ILCA MARIA ESTEVÃO
Grunge ressurge na moda brasileira em movimento de contracultura
O grunge, nascido do inconformismo dos anos 1990, voltou a dominar o SPFW N60 com peças despojadas, xadrez e sobreposições


Muitas vezes, as tendências de moda são esquecidas na mesma velocidade que se popularizam, graças à rapidez da informação na era das redes sociais. O grunge, contudo, é um exemplo de estética que teve um nascimento orgâncio no fim dos anos 1980 e, desde então, se mantém relevante e influente no cenário fashion vintage e moderno. No São Paulo Fashion Week N60 (SPFW), diferentes marcas provaram que o movimento contracultural ainda tem espaço nas passarelas, desfilando looks que não têm medo de ser, de fato, grunge. Vem saber mais!
O grunge se consolidou no início dos anos 1990 como um grito de inconformismo traduzido nas músicas em letras melancólicas e, na moda, em roupas aparentemente “desleixadas”, negando as tendências ditadas pela indústria. O movimento ganhou força e, rapidamente, se tornou um estilo de vida difundido pelos continentes — e pelo tempo. Em 2025, elementos do grunge voltam a ser vistos no mainstream, mostrando que o espírito transgressor nunca deixou de existir entre as gerações.

Grunge nas passarelas
O São Paulo Fashion Week N60, realizado entre os dias 13 e 20 de outubro, foi palco para marcas nacionais explorarem estéticas e tendências. Entre numerosos desfiles, alguns se destacaram pelo resgate do grunge, demonstrado em tecidos, estampas e truques de styling típicos dos anos 1990.

Na apresentação da Uó, marca de upcycling do designer Marcelo Sommer, não foram poucos os elementos grunge. Flanelas, costuras assimétricas, saias sob moletons e jaquetas penduradas na cintura marcaram a passarela do desfile realizado em um cenário curioso — uma academia.

“O upcycling é um gesto de liberdade criativa. A ideia é justamente mostrar que a moda pode ser divertida e responsável ao mesmo tempo”, afirmou Marcelo Sommer, diretor criativo da marca.

Já outros desfiles, como o da Dendezeiro e o do Mercado Livre, também tiveram seus representantes grunge. Camisetas de bandas dos anos 1990 e looks inteiros em xadrez vichy mostram que a atemporalidade dessa estética permanece vigente, abrindo portas para novas interpretações.
