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Licença-paternidade: a importância do pai nos primeiros dias de vida

Especialistas apontam que passar mais tempo junto ao bebê fortalece laços familiares e contribui para o desenvolvimento infantil

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Projeto de lei que amplia a licença-paternidade no Brasil foi aprovado pela Câmara
Projeto de lei que amplia a licença-paternidade no Brasil foi aprovado pela Câmara | Foto: Divulgação

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que amplia a licença-paternidade no Brasil. A mudança, que entrará em vigor em 2027, aumenta gradualmente o período de afastamento dos atuais cinco dias para 20 dias em 2029. Além disso, cria o salário-paternidade, garantindo a remuneração integral durante o período em que o pai estiver fora do trabalho.

Nos dois primeiros anos de vigência, o benefício será de 10 dias. Depois, passa para 15 e, a partir do quarto ano, chega a 20 dias. A proposta busca dar aos pais mais tempo para acompanhar os primeiros momentos do bebê e suporte à mãe.

A pediatra Mariana Lombardi Novello, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que os primeiros dias de vida são um período de extrema sensibilidade. É quando o bebê começa a formar as primeiras referências de segurança e afeto.

“Essa convivência precoce muda a forma como o homem entende a paternidade e cria uma base emocional sólida para o bebê. Estudos mostram que crianças com pais presentes desenvolvem melhor regulação emocional, mais segurança e vínculos afetivos mais estáveis”, afirma.

Além disso, ampliar a licença não é apenas um benefício para o pai. “É um investimento direto no desenvolvimento saudável das crianças e no fortalecimento das famílias. Quando o pai tem tempo real para vivenciar o cuidado — trocar fraldas, acalmar, dar banho — ele deixa de ser um ajudante e se torna um cuidador ativo. É o início de uma relação de afeto e confiança que se reflete por toda a vida”, complementa.

Mais conforto para a mãe

A pediatra Nêuma Kormann, do Hospital Pequeno Príncipe, destaca que a presença do pai também tem impacto direto sobre o bem-estar da mãe, já que nos primeiros dias o pai pode ajudar nas pequenas tarefas e dar apoio emocional.

“A amamentação pode ser difícil e dolorosa, e o descanso entre as mamadas é essencial para a produção do leite. Além disso, quando há outros filhos, o pai é quem ajuda a manter o equilíbrio da rotina da casa”, explica a médica.

Ela lembra que o pós-parto é um momento de grandes mudanças físicas e emocionais, especialmente quando há uma cesárea ou dificuldades na adaptação alimentar do bebê. “Os primeiros dias são de pai e mãe. A mãe nutre e o pai ampara. Essa presença faz toda a diferença na confiança e na recuperação da mulher”, afirma Nêuma.

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