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Entenda o que conviver com um gato faz com o seu cérebro e com o dele

Interação ativa circuitos de prazer no cérebro e reduz respostas de estresse nos gatos, criando uma relação de bem-estar para os dois lados

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Imagem ilustrativa da imagem Entenda o que conviver com um gato faz com o seu cérebro e com o dele
| Foto: Getty Images

Conviver com um gato provoca mudanças na rotina emocional do tutor. A interação diária estimula áreas do cérebro associadas ao conforto e à sensação de segurança. O toque, o ronronar e a presença do felino favorecem respostas ligadas ao relaxamento.

Nos gatos, o ambiente doméstico também gera algumas alterações. A exposição contínua a um lugar estável reduz sinais de tensão e muda comportamentos naturais da espécie. Esse ajuste aparece tanto nas ações cotidianas quanto na forma como o animal reage a estímulos ao redor.

“A convivência diária desperta no cérebro humano o mesmo circuito de recompensa ativado por laços familiares próximos, como o afeto por pais e filhos”, explica Sérgio Jordy, neurologista membro da Academia Americana de Neurologia (AAN) e membro da Academia Europeia de Neurologia (EAN).

Como o cérebro humano reage à presença de um gato

A presença de um gato costuma ativar no cérebro humano substâncias ligadas ao afeto, como ocitocina e dopamina. Esses compostos regulam o humor e ajudam a criar uma sensação de acolhimento que aparece de forma rápida, mesmo em interações simples.

Para muitas pessoas, o retorno para casa e o encontro com o gato em um ambiente tranquilo reforçam essa resposta emocional. A familiaridade do cenário e o comportamento relaxado do animal funcionam como sinais de que o espaço é seguro.

O ronronar também contribui para esse efeito, pois produz um som repetitivo que o cérebro interpreta como um indicativo de calma. Essa vibração cria um momento de estabilidade, se assemelhando às práticas de relaxamento — como meditação — e favorece a recuperação do estresse ao longo do dia.

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| Foto: Getty Images

O que muda no cérebro do gato

No caso dos gatos, o ambiente doméstico reduz a necessidade de manter mecanismos de alerta sempre ativos. Em um espaço previsível e seguro, áreas ligadas ao relaxamento são acionadas com mais frequência, o que diminui comportamentos de vigilância.

“Em lares estáveis, o cérebro do gato ativa menos respostas de fuga e preserva funções associadas ao descanso, porque o animal não precisa avaliar riscos a todo momento”, explica o médico veterinário Thiago Borba, de Brasília.

Já os gatos que vivem soltos, por outro lado, tendem a permanecer atentos a movimentos e ruídos, porque dependem da leitura rápida do ambiente para se proteger. Essa diferença de contexto interfere na forma como o cérebro organiza respostas aos estímulos externos.

Gatos reconhecem emoções humanas e conseguem ajustar comportamento

Outra habilidade dos gatos é perceber alterações sutis no comportamento do tutor. Mudanças no tom de voz, no ritmo dos passos ou na postura servem como sinais para o felino adaptar o próprio comportamento.

Por isso, em períodos de maior tensão, o animal tende a manter uma distância confortável. Já em momentos de tranquilidade, ele se aproxima com mais facilidade.

Com a convivência, essa leitura fica ainda mais precisa. O contato diário diminui as respostas de sobrevivência da vida ao ar livre e reforça as ações ligadas à confiança, como permanecer no mesmo cômodo por mais tempo e aceitar manipulações com maior naturalidade.

Por que a relação traz benefícios para ambos

A convivência fortalece uma dinâmica em que um lado contribui para o equilíbrio do outro. Para o tutor, o comportamento estável do gato ajuda a criar uma sensação de continuidade na rotina. Para o felino, a presença humana oferece referências claras de ambiente seguro e de acesso constante a recursos que são essenciais.

Com o tempo, essa convivência facilita a adaptação dos dois ao mesmo espaço. O tutor passa a reconhecer melhor as necessidades do animal, enquanto o gato desenvolve respostas mais previsíveis e compatíveis com a vida doméstica.

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