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Nº 5759
Nacional

Especialista diz que ainda � poss�vel fraudar elei��o

Brasília – A eleição 2002 tem uma característica marcante em relação a outros pleitos: a informatização do voto em todas as etapas  do processo. Essa modernização - que teria custado cerca de US$ 1 bilhão - sem dúvida vai agilizar tanto a votação quanto a

Por | Edição do dia 27/08/2002 - Matéria atualizada em 27/08/2002 às 00h00

Brasília – A eleição 2002 tem uma característica marcante em relação a outros pleitos: a informatização do voto em todas as etapas  do processo. Essa modernização - que teria custado cerca de US$ 1 bilhão - sem dúvida vai agilizar tanto a votação quanto a apuração, mas significa que os 116 milhões de eleitores brasileiros podem confiar nas urnas eletrônicas? O uso da tecnologia garante mesmo a inviolabilidade do voto ou o sistema ainda carece de alguns acertos? Especialistas em sistemas de informação divergem sobre o assunto. Depois de ter acesso aos programas utilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a urna eletrônica, o holandês Jeroen van de Graaf, doutor em criptografia (permite escrever em cifra ou código) e coordenador executivo do Laboratório de Computação Científica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) diz que está “pessoalmente convencido” de que o sistema de votação adotado no Brasil é seguro. Em setembro, os partidos poderão fazer uma nova verificação nas urnas, já transportadas para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), para ver se o lacre foi violado e o conteúdo alterado. “Eu acredito que a urna é segura, mas é possível fazer algumas mudanças para convencer a população quanto a essa segurança”, reconheceu Jeroen van de Graaf. Por meio da criptografia, há o embaralhamento dos dados dos disquetes com o resultado da votação no transporte até os computadores da Justiça Eleitoral, para que ninguém posa lê-los e alterá-los. Há o receio de manipulação por envolver um órgão ligado indiretamente à Presidência da República. Depois da inspeção feita por representantes das universidades federais, o TSE gravou os programas em CD e criou uma assinatura digital para os programas que serão utilizados na eleição de 6 de outubro. Se mesmo quem considera seguro o sistema eletrônico de votação adotado pela Justiça Eleitoral brasileira – como é o caso do doutor em criptografia Jeroen van de Graaf – reconhece a necessidade de aperfeiçoar o processo, quem sempre teve ressalvas ao modelo é mais enfático. “Estamos sendo mais democráticos por causa da informatização do processo eleitoral?”, questiona o auditor em sistemas de informação e também especialista em criptografia, Evandro Oliveira. “Acho que não. Democracia não é reflexo do grau de informatização, e os programas adotados não impedem fraudes”, dispara. Uma das possibilidades de fraude apontada por Oliveira pode ocorrer se o eleitor não comparecer à seção de votação no dia 6 de outubro. “Normalmente, o mesário conhece vários eleitores. Tendo conhecimento de que um  ou mais deles não comparecerão,  ele próprio (o mesário) pode votar  apenas digitando o título de eleitor  do eleitor ausente”, acredita.

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