Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou,  ontem, a realização de exame de  DNA na placenta da cantora mexicana Gloria Trevi para identificar quem é o pai do bebê dela,  Angel Gabriel, que nasceu na última segunda-feira, em Brasília. A  cantora ficou grávida quando estava presa na Superintendência da Polícia Federal, sem direito a receber visitas íntimas. Dos 11 ministros, somente o presidente do STF, Marco Aurélio de Mello, concordou com o argumento dela de que o exame de paternidade contra a sua vontade representaria a violação do direito à intimidade, uma das garantias fundamentais do cidadão previstas na Constituição. Os outros dez consideraram que o direito coletivo ao pleno esclarecimento das circunstâncias da gravidez se sobrepõe à garantia de intimidade. Há cinco policiais federais suspeitos de terem mantido relações sexuais com ela. Quando a gravidez foi revelada, a cantora disse que havia sido estuprada na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, mas não formalizou a denúncia. “A placenta poderá servir no futuro para uma condenação da extraditada por calúnia”, disse Marco Aurélio, sobre a possibilidade de policiais eventualmente acusados injustamente a processarem por crime contra a honra.