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Nº 5822
Nacional

Presidente do STJ pede uso das For�as Armadas

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, defendeu o uso de tropas das Forças Armadas no combate às ações criminosas no Rio. Segundo Naves, o emprego destas tropas é necessário por causa das tentativas de resgate no presíd

Por | Edição do dia 17/10/2002 - Matéria atualizada em 17/10/2002 às 00h00

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, defendeu o uso de tropas das Forças Armadas no combate às ações criminosas no Rio. Segundo Naves, o emprego destas tropas é necessário por causa das tentativas de resgate no presídio de segurança máxima Bangu 3 e o tiroteio em frente ao prédio do Palácio Guanabara. “Eu tenho dito que nós estamos vivendo no Rio de Janeiro uma situação excepcional”, afirmou o ministro Naves. “E para situação excepcional, medida excepcional. E qual a medida excepcional? A convocação das Forças Armadas. Essa seria a saída. Eu não vejo outra. O que há no Rio de Janeiro é um verdadeiro “Estado paralelo”, assegurou o ministro. Guerrilha “Estado de guerrilha.” Esta é a definicão do jurista Luiz Flávio Gomes, doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP), sobre a madrugada de ontem no Rio. “A Colômbia passou por isso há 15 anos”, disse Gomes. O jurista afirma que os últimos episódios do confronto entre polícia e crime organizado no Rio são “divisores de águas”. “Antes não havia essse enfrentamento por parte do Estado, que passou a ter uma postura mais clara e mais dura no combate ao crime organizado, que vai revidar. Vai morrer muita gente inocente nessa guerra”. Segundo o jurista, a morte do jornalista Tim Lopes, a prisão de seus assassinos, a rebelião liderada por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, a morte de traficantes pela polícia são exemplos da “guerra” iniciada. “E quando vira guerra não tem lógica mais. Ou você elimina ou é eliminado”, definiu. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), Roberto Podval, a noite de violência na capital carioca é uma consequência do enfrentamento. “É uma reação à ação mais contundente do Estado. A vigia maior nas cadeias, o afastamento dos líderes em penitenciárias de segurança máxima são exemplos”, afirmou Podval. Para o criminalista, além do crime organizado ser um problema antigo, o Rio sofre também com a questão geográfica. “Em São Paulo, o nível de violência é o mesmo que no Rio, mas ele fica mais afastado, fica na periferia. Lá (no Rio), ele se mistura. A parte rica da cidade fica embaixo e a periferia está encravada no meio dela, na parte alta.”

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