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Alguns itens do Fome Zero s�o paliativos, diz Graziano

São Paulo ? O economista José Graziano, que integra a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu que alguns pontos do programa Fome Zero, como a distribuição de cestas básicas e, em parte, os cartões magnéticos e cupons de alimentação, podem até ser considerados paliativos, conforme especialistas e entidades que atuam na área vêm criticando. No entanto, ele afirmou, na quinta-feira, que essas são medidas emergenciais que serão acompanhadas, a longo prazo por ?políticas estruturais?. Uma das críticas feitas ao programa é que ele seria ?assistencial? e não atingiria a ?raiz do problema?. Graziano ressaltou que o Fome Zero não é um projeto isolado, já que nele estão previstas cinco políticas que o governo Lula pretende incentivar: geração de emprego e renda, Previdência Social, agricultura familiar, reforma agrária e os programas Bolsa-Escola e Renda-Mínima. ?Todas as políticas estruturais são mais caras e mais lentas, elas demoram a dar resultado, e o sujeito que está passando fome não pode esperar. Por isso há um conjunto de políticas?, disse. De acordo com ele, o objetivo dos projetos ?estruturais? é ?dinamizar a economia? para criar empregos. ?Que é o que resolve?, afirmou. Mas, ao mesmo tempo, Graziano disse que precisa haver políticas para ?enfrentar o problema da segurança alimentar?. O economista disse que será recriado o Conselho de Segurança Alimentar (Consea), que existia no governo do ex-presidente Itamar Franco, do qual farão parte representantes de todos os ministérios e dos projetos de geração de emprego e renda. Graziano ressaltou ainda que os cartões magnéticos e cupons para compra de alimentos serão complementares à renda das famílias carentes.