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Nº 5824
Nacional

PT pode boicotar indica��es de diplomatas feitas por FHC

Brasília – Nos últimos meses, o presidente Fernando Henrique Cardoso remeteu ao Senado Federal a indicação de 19 diplomatas de carreira para embaixadas do Brasil no exterior. Embora tenha deixado em aberto os 11 postos considerados chave para a política

Por | Edição do dia 06/11/2002 - Matéria atualizada em 06/11/2002 às 00h00

Brasília – Nos últimos meses, o presidente Fernando Henrique Cardoso remeteu ao Senado Federal a indicação de 19 diplomatas de carreira para embaixadas do Brasil no exterior. Embora tenha deixado em aberto os 11 postos considerados chave para a política exterior do País, essa “herança” da era FHC provocou constrangimento nos bastidores do PT, que ameaça boicotar as indicações, e no próprio Itamaraty, que preferia ver seus nomes negociados com o governo eleito antes de serem encaminhados ao Senado. Ontem, a Comissão de Relações Exteriores do Senado havia aprovado a extensão da representação do atual embaixador brasileiro na Aústria, Roberto Abdenur, que acumulará também as relações com a Eslovênia. Também passaram na sabatina do Senado as indicações do assessor internacional de FHC, Eduardo dos Santos, para a embaixada no Uruguai, e do embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Gelson da Fonseca, para o Chile. Os outros 16 indicados, entretanto, correm o risco de perder a nomeação. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Jefferson Peres (PDT-AM), informou ao Estado que poderá atrasar ou até mesmo suspender as sabatinas dos candidatos aos 16 postos caso venha a receber um comunicado da liderança do PT contra as indicações do Planalto, mesmo em caráter “oficioso”. A primeira manifestação de insatisfação do partido foi apresentada a Peres pelo vice-líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), que acentuou o interesse de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva indicar, especialmente, os embaixadores do Brasil em quatro países - China, Cuba, Bolívia e Venezuela. Embora tenha demostrado boa-vontade, Peres considera desnecessária essa reação do PT, visto que a maioria desses postos não é considerada chave na política exterior do País. O senador ponderou que o atual governo conta com a atribuição de patrocinar mudanças na representação do Brasil no exterior e que todos os indicados são diplomatas de carreira - não há políticos na lista e nem protegidos. “Se tivesse uma nomeação para os Estados Unidos ou a União Européia, até entenderia. O que houve foi rotineiro”, afirmou Peres.

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