Brasília – Preocupada com as críticas à política fiscal, a presidente Dilma Rousseff decidiu, em reunião com a base aliada (Conselho Político), que não vai mais apoiar a votação do projeto que reduz o pagamento da dívida pública de estados e municípios. Segundo o governo, o projeto, que beneficiava especialmente o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deixa de ser “prioritário” por estimular gastos. A Prefeitura de São Paulo contava com a aprovação da medida, que traria uma redução de 40% na dívida com a União, de R$ 54 bilhões. Ela abriria espaço para a contratação de novos empréstimos para bancar investimentos do petista. A decisão foi tomada em reunião no Palácio do Planalto, na terça-feira, quando foi assinado um “pacto de responsabilidade fiscal”, com o compromisso de todos os partidos da base aliada de barrar a votação no Congresso de projetos que aumentem os gastos públicos ou reduzam a receita federal. Anunciado após as manifestações de junho, o pacto foi negociado mais intensamente com a base desde a semana passada. A piora nas contas públicas e as críticas do mercado pressionaram o Planalto a trabalhar para barrar a matéria.