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Especialistas alertam para casos de disfun��o sexual

Salvador ? De um modo geral, os casais brasileiros costumam afirmar que discutem sobre vida sexual sem tabus e que são felizes na cama, mas uma análise prática do assunto revela que ainda há muitos problemas a serem superados. Pesquisas recentes apontam que 47% da população não sentem vontade de fazer sexo, 30% das mulheres não têm orgasmo, 47% dos homens sofrem de algum grau de impotência e 57% têm ou tiveram ejaculação precoce. O assunto preocupa médicos, urologistas, psicoterapeutas, sexólogos e outros especialistas que lidam com a questão, e que estão em Salvador, desde ontem, debatendo a sexualidade brasileira no Simpósio Norte-Nordeste de Disfunção Sexual do Casal. O evento é uma promoção da Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual e debate temas como a Disfunção Erétil Psicogênica, Ejaculação Precoce, Tratamento das Disfunções Sexuais Femininas e do Casal, Andropausa e Procedimentos Cirúrgicos, além de expor aos participantes as principais novidades na área, que estão sendo apresentadas por três convidados internacionais: Amado Bechara (Argentina) Ruben Hernandez-Serrano (Venezuela) e Mariela Castro (Cuba). Impotência Segundo o urologista Carlos César Moraes, coordenador do evento, cerca de 40% dos homens, entre 30 e 50 anos, apresentam algum grau de impotência. Muitos casos, principalmente até a meia-idade, têm fundos psicológicos e estão ligados a stress e depressão. A partir dos 50 anos, os fatores físicos costumam estar na origem dos distúrbios eréteis. Entre eles, a hipertensão, o diabetes, o colesterol alto ou o desequilíbrio na produção do hormônio masculino (testosterona). O uso de drogas e o consumo excessivo de álcool também estão associados à impotência. A maioria dos pacientes consegue curar-se por meio de pequenas mudanças de comportamento aliadas a exercícios físicos. O médico e psicoterapeuta Antônio Pedreira, um dos palestrantes, alerta que nenhum problema de disfunção sexual, seja do homem ou da mulher, pode ser resolvido isoladamente, a ?terapia para dar certo precisa ser feita pelo casal?. Pedreira afirma que a falta de orgasmo, por exemplo, continua a afligir as mulheres. Cerca de um terço delas não consegue atingi-lo. ?A maioria não tem orgasmo por medo, stress, depressão, traumas, ou até porque o parceiro é rápido demais, com receio de falhar?. Outro problema significativo feminino é a falta de desejo ? 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter relações. É um número elevado. Do ponto de vista médico, já mais do que provado, são raros os casos em que essa disfunção é causada por limitações físicas, como o baixo nível de hormônio estrógeno no organismo. Decisivos mesmo na regulagem do desejo sexual da mulher são os fatores psicológicos.