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Nº 5836
Nacional

Sarney Filho entrega minist�rio e PFL amea�a romper com FHC

Brasília e Uberaba – O ministro do Meio Ambiente, José  Sarney Filho, pediu demissão  ontem do cargo ao presidente  Fernando Henrique Cardoso. A  saída de Zequinha Sarney, como é conhecido, foi em represália à ação da Polícia Federal, que apreendeu docume

Por | Edição do dia 05/03/2002 - Matéria atualizada em 05/03/2002 às 00h00

Brasília e Uberaba – O ministro do Meio Ambiente, José  Sarney Filho, pediu demissão  ontem do cargo ao presidente  Fernando Henrique Cardoso. A  saída de Zequinha Sarney, como é conhecido, foi em represália à ação da Polícia Federal, que apreendeu documentos na empresa Lunus Participações, de propriedade de Jorge Murad, marido de sua irmã, Roseana Sarney, governadora do Maranhão e pré-candidata do PFL à presidência da República. Zequinha Sarney foi substituído ontem mesmo por José Carlos Carvalho, ex-secretário-executivo do Meio Ambiente e ligado ao PSDB. Zequinha Sarney assume sua cadeira na Câmara dos Deputados daqui a uma semana, dia 12 de março, quando pretende ocupar a tribuna para fazer um discurso. “Mas neste primeiro discurso só vou falar de Meio Ambiente”, avisou. A devassa da Polícia Federal na empresa de Murad irritou a família Sarney. Em solidariedade à governadora, o PFL ameaça sair da base aliada ao Palácio do Planalto. Zequinha Sarney decidiu deixar o Meio Ambiente mesmo depois do apelo feito ontem por Fernando Henrique para que permanecesse à frente do Ministério. Outros três ministros do PFL, que ontem à noite estiveram reunidos com FHC, também deverão entregar os cargos depois de amanhã. São eles José Jorge (Minas e Energia), Carlos Melles (Esporte e Turismo) e Roberto Brant (Previdência Social). Melles afirmou que a saída dos integrantes do PFL que hoje compõem o governo “é inevitável”. “Tudo será decidido na quinta-feira, mas os rumos que estão tomando as discussões impedem outra decisão que não esta”, comentou em entrevista no sagüão do aeroporto de Uberaba, enquanto aguardava a chegada da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Segundo ele, a pressão sobre a governadora, “verificada no episódio da Polícia Federal” é o principal indicador de um “afastamento do PFL do governo”. “Foi um episódio que provocou um quadro delicado no partido e que deixou a todos nós tristes. É só um candidato começar a estar bem nas pesquisas e a campanha deixa de ter a limpeza e clareza esperadas”, afirmou Melles, um dos três nomes possíveis do PFL à candidatura do governo estadual em Minas Gerais. O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornahausen (SC), também afirmou que a possível saída de seu partido do governo tem de ser encarada de forma “natural”. Bornhausen, que acompanhou a governadora do Maranhão e pré-candidata à Presidência, Roseana Sarney (PFL), ontem, em Uberaba (MG), disse, no entanto, que a decisão do partido só será tomada na quinta-feira, em reunião da Executiva do PFL.

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