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Nº 5822
Nacional

Roseana d� ultimato ao PFL �para romper com governo

Brasília – A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, fez  um ultimato ao PFL: ou o partido  rompe com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ou ela retira a sua candidatura  à Presidência. “Se o partido considera oportuno afastar-se do governo

Por | Edição do dia 06/03/2002 - Matéria atualizada em 06/03/2002 às 00h00

Brasília – A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, fez  um ultimato ao PFL: ou o partido  rompe com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso ou ela retira a sua candidatura  à Presidência. “Se o partido considera oportuno afastar-se do governo, vou disputar a eleição. Se o partido acha que deve permanecer, permita-me retirar minha candidatura”, afirmou Roseana aos deputados e senadores das regiões Norte e Nordeste, de Minas e de São Paulo, com os quais reuniu-se hoje, segundo relato do líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN). No caso de o partido optar pela permanência no governo, seus companheiros de partido estariam demonstrando preferência pela candidatura do senador José Serra (PSDB-SP) e desprezando a dela, disse Roseana. Ela atribui a Serra, a alguns de seus assessores e ao ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, a invasão de sua empresa pela Polícia Federal na sexta-feira. A executiva nacional do PFL vai decidir na quinta-feira se opta por Roseana ou pelo governo. Até agora, segundo Agripino Neto, a quase unanimidade dos deputados e senadores garantiu apoio a Roseana, mas alguns defenderam mais negociações. Agripino Maia, que acompanhou a governadora em todas as reuniões com as bancadas, reconheceu que o PFL está numa situação difícil. “Se ficarmos no governo, perderemos nossa candidata”, disse ele. O deputado José Carlos Aleluia (BA), secretário-geral do PFL, também participou de todas as reuniões e disse que o partido exige a demissão do ministro da Justiça. Segundo Aleluia, Aloysio é o maior responsável pela invasão da empresa Lunus Serviços e Participações, da qual Roseana é dona de 88%. De acordo com o jurista Celso Bastos, Roseana violou a Constituição ao permanecer na condição de sócia majoritária de uma empresa com interesses na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Só isso seria suficiente para que fosse aberta contra ela uma ação civil pública. Roseana disse, hoje, que não responderia aos comentários do jurista porque essa é uma atribuição de seus advogados. Afirmou ainda que, oportunamente, divulgará toda a relação de bens que possui. Como ocorre toda vez que uma grande crise atinge um dos partidos da base de sustentação do governo, o Congresso sofre as conseqüências. Por causa das exigências de Roseana, a Câmara não conseguiu votar nenhum dos pedidos de urgência para a apreciação hoje, de sete projetos para a segurança pública. Também não deverá ser votada, em sessão extraordinária, a emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2004. De acordo com os parlamentares que conversaram com Roseana, ela chegou a fazer um apelo a eles para que não atrapalhassem a CPMF. “Não quero ser qualificada de chantagista”, disse Roseana. Nas diversas reuniões que fez hoje com parlamentares – amanhã será a vez dos representantes das regiões Sul e Sudeste – Roseana mostrou-se muito firme, de acordo com os relatos dos deputados e senadores.

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