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Nº 5759
Nacional

Barreiras nos EUA devem provocar efeito domin�

Brasília – O governo começou ontem a avaliar os impactos  de uma possível escalada protecionista no setor siderúrgico  mundial, provocada pelas medidas de salvaguardas aplicadas  pelos Estados Unidos para sua  produção de aço. Atento aos  anúncios de ini

Por | Edição do dia 07/03/2002 - Matéria atualizada em 07/03/2002 às 00h00

Brasília – O governo começou ontem a avaliar os impactos  de uma possível escalada protecionista no setor siderúrgico  mundial, provocada pelas medidas de salvaguardas aplicadas  pelos Estados Unidos para sua  produção de aço. Atento aos  anúncios de iniciativas semelhantes por outros países e blocos econômicos, o governo teme as perdas que esse efeito dominó poderá ter sobre os embarques do setor e a provável invasão do mercado brasileiro pelo produto estrangeiro, barateado pela superprodução mundial e sem acesso aos principais países consumidores. Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, demonstrou cautela ao avaliar esses cenários. Lembrou que o governo adotou, na semana passada, medidas preventivas de controle das importações de aço - um sinal de que estará atento às tentativas de invasão do mercado nacional. Mas preferiu dizer que as decisões oficiais dependem da análise dos números do setor pelo corpo técnico e da confirmação de medidas práticas que venham a ser aplicadas por outros países. Em outras áreas do governo e no setor siderúrgico, entretanto, a iniciativa americana foi interpretada como o estopim do caos no mercado mundial de aço, que certamente afetará a produção brasileira. Conforme Marco Pólo Mello Lopes, secretário-geral do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), o setor foi um dos que mais se adaptou à lógica da globalização. “Qualquer botão apertado em um dos grandes parceiros repercute em todos os demais”, resumiu. Em princípio, dois movimentos são esperados, como conseqüência da medida protecionista adotada por Washington. O temor de invasões de produtos que não terão êxito em alcançar os Estados Unidos levará outros países a adotar mecanismos de proteção - de barreiras técnicas a salvaguardas. Com isso, os siderúrgicos brasileiros tenderão a arcar com a redução de seus embarques para os Estados Unidos e também para outros importantes mercados, como a União Européia e até mesmo a Argentina. No ano passado, as exportações somaram US$ 2,282 bilhões. A maior parte foi destinada aos Estados Unidos, Argentina, Bélgica, México e Tailândia.

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