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Plano B de Temer não empolga investidor

Brasília, DF ? No dia em que desistiu de aprovar a reforma da Previdência, a equipe econômica divulgou uma agenda alternativa para tentar reequilibrar as contas públicas. As 15 medidas anunciadas, porém, foram recebidas com ceticismo pelo mercado. ?O pacote é inócuo. O governo tenta jogar alguma migalha para o mercado com as medidas, que igualmente (à Previdência) terão que ser aprovadas pelo Congresso?, disse à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, ao lembrar da falta de apoio agora para passar a Previdência. Entre as iniciativas anunciadas na segunda à noite pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está a autonomia do Banco Central (BC), a simplificação tributária, a nova lei das finanças públicas, redução da desoneração da folha de pagamento e mudanças no cadastro positivo e distrato. Para a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, segundo a agência Estado, a lista de medidas anunciadas pelo governo consegue ao mesmo tempo ser incompleta e sem prioridades. A avaliação da economista é de que, diante do pouco tempo que resta ao governo Temer, o pacote deveria conter medidas factíveis com visão fiscal. Zeina entende que o governo deveria estar preocupado em procurar medidas que pudessem compensar a falta da reforma da Previdência. ?Não está claro que há (no pacote) uma estratégia de governo?, disse a chefe do Departamento Econômico da XP Investimentos. Ela acredita que a reforma do PIS/Cofins, por exemplo, é um dos temas listados que não tem a menor chance de avançar dado que envolve muitos interesses.