Servidores fazem primeiro protesto no governo Lula

Brasília - Servidores públicos federais espalhados pelo país protestaram ontem contra a estratégia do governo de levar adiante a tramitação do PL-9 (projeto de lei que autoriza a criação de fundos de pensão para novos servidores). Essa foi a primeira manifestação dos servidores no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Embora anunciada inicialmente como uma greve de 24 horas, a mobilização acabou sendo marcada por paralisações parciais, atos de protesto e debates. Em Brasília, os manifestantes entregaram ao Ministério do Planejamento um abaixo-assinado com cerca de 15 mil assinaturas pedindo o arquivamento do projeto. Segundo a Coordenação Nacional de Entidades de Servidores Federais (CNESF), levantamento preliminar dos Estados mostra que professores e técnicos de universidades e escolas técnicas, previdenciários e fiscais da Receita paralisaram parcialmente suas atividades. Nos locais onde não foi suspenso o atendimento à população, houve atos e protestos. Até as 19h30 não havia sido divulgado um balanço com os números da paralisação. No início da noite, a coordenação se preparava para uma reunião para dimensionar a adesão nacional dos servidores ao Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência - como foi batizada a data pelos sindicalistas. Em geral, a avaliação do movimento foi positiva. Bordões O protesto na Esplanada dos Ministérios começou por volta de 9 horas e culminou com um ato em auditório na Câmara dos Deputados. Segundo os sindicalistas, a manifestação atingiu seu pico em frente ao Palácio do Planalto, quando foram contabilizados 1.500 servidores. Na avaliação da Polícia Militar, estavam presentes aproximadamente 300 pessoas. “Lula, votamos em você, retira o PL que ele é do FHC” era um dos bordões que os manifestantes repetiam ao longo do protesto.