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Aliados de Temer são presos em operação da PF

São Paulo, SP e Brasília, DF ? A Polícia Federal (PF) prendeu, na Operação Skala, ontem, amigos muito próximos do presidente Michel Temer. Os aliados do emedebista são alvos da investigação que apura o Decreto dos Portos. Foram presos o empresário e advogado José Yunes, o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel da PM reserva João Batista de Lima Filho, o coronel Lima. Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi, e uma mulher ligada ao Grupo Libra também foram presos. As ordens de prisão são temporárias ? por cinco dias. O inquérito investiga o suposto pagamento de propina por empresas do setor dos portos para agentes do governo em troca de favorecimentos nos contratos. Foi instaurado a partir dos depoimentos de Joesley Batista e Ricardo Saud, delatores da Operação Lava Jato. Em maio de 2017, um decreto assinado pelo presidente Michel Temer aumentou o prazo das concessões das áreas portuárias de 25 anos para 35 anos, com chance de prorrogação por até 70 anos. O nome Operação Skala se refere ao único porto da ilha de Patmos, na Grécia. As ordens de prisão foram solicitadas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Os mandados são do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que apura o Decreto dos Portos. O presidente Michel Temer é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. Em fevereiro, Barroso esticou o inquérito por 60 dias. O Decreto dos Portos foi pivô de um diálogo no dia 4 de maio entre Temer e seu então assessor Rodrigo Rocha Loures, alvo do grampo da Polícia Federal. A interceptação ocorreu em meio ao processo de delação premiada de executivos do Grupo JBS, entre eles Joesley Batista. José Yunes é amigo do presidente Michel Temer (MDB) há mais de 50 anos. O empresário foi assessor de Temer da Presidência. Ele pediu demissão do cargo após a revelação do conteúdo da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho, José Yunes disse, na ocasião, que teria sido ?mula involuntária? do ministro Eliseu Padilha. O empresário também foi citado na delação do doleiro Lúcio Funaro. O delator afirmou que José Yunes era um dos operadores de Michel Temer. Wagner Rossi é pai do deputado Baleia Rossi. O ex-ministro foi citado na delação de executivos da J&F e da JBS. A Polícia Federal informou que por determinação do STF ?não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data?.