Nacional
Dilma reduz ministérios e salários

Brasília, DF A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem o corte de oito ministérios e a redução em 10% do salário dos ministros. Dessa forma, 275 dias após ter sido eleita, a presidente muda toda a configuração do governo na tentativa de melhorar sua governabilidade e evitar a abertura de um processo de impeachment contra seu mandado. Os governos de coalizão, como é o caso do meu e de todos os governos depois da democratização, precisam de apoio no Congresso. Nós vivemos em uma democracia e temos que dialogar com o Congresso eleito pelo povo em favor da população, disse Dilma, admitindo que a reforma faz parte de uma estratégia para a aprovação de medidas econômicas no Legislativo que, segundo ela, vão ajudar o Brasil a sair da crise. Nós precisamos colocar os interesses do País acima dos interesses partidários. Quero agradecer a disposição dos partidos e parlamentares nessa direção, completou. A presidente anunciou ainda a criação de uma Comissão Permanente para a Reforma do Estado, que terá como objetivo reorganizar a administração federal e fiscalizar o cumprimento das metas propostas pelo governo. Apesar de ter prometido, inicialmente, acabar com pelo menos dez ministérios, somente oito pastas foram cortadas na Esplanada. A presidente suprimiu ainda 3 mil cargos comissionados e 30 secretarias ministeriais, fundindo algumas delas nos chamados superministérios, como o da Previdência Social e Trabalho, que ficará sob o comando de Miguel Rossetto (PT). Para ela, a fusão dessas pastas tem o objetivo de fortalecer e dar maior eficiência e foco às políticas públicas. Dilma também anunciou a redução de 20% nos gastos de custeio e contratação de serviços nos ministérios, além da criação de metas para a redução nas contas de água e energia e nas despesas com telefone e passagens aéreas. Isso vai contribuir para que o País saia mais rapidamente da crise e vai ajudar as medidas de reequilíbrio fiscal e controle da inflação, além de consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentando a confiança na economia, disse a presidente.