Nacional
Governo estuda recriar al�quota de 35% para IR

Brasília - O governo vai ampliar a tabela de alíquotas do Imposto de Renda. A mudança deverá ser enviada para o Congresso Nacional, logo após a aprovação da reforma tributária. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse, ontem, que a equipe econômica está preparando um projeto que amplia a tabela de alíquotas e também a de descontos. O objetivo é criar um ?imposto para a pessoa física mais justo?. ?Todas as mudanças sobre pessoa física devem buscar justiça fiscal. Hoje, no Brasil, principalmente pelos impostos indiretos, os mais pobres pagam percentualmente mais impostos. E a classe média paga muito mais imposto, mais do que os pobres e os ricos?, disse Palocci. Entre os projetos em estudo pelo governo está a criação de pelo menos mais duas faixas de alíquotas para o Imposto de Renda: de 20% e 35%. A tabela atual isenta do pagamento do IR os assalariados que recebem até R$ 1.058 por mês. Acima disso, existem duas alíquotas: de 15% e de 27,5%. Para quem recebe de R$ 1.058,01 até R$ 2.115, a alíquota de IR é de 15%. Acima dessa faixa salarial, a alíquota é de 27,5%. Técnicos da Receita disseram que a tabela atual é injusta, pois cobra uma alíquota de 15% de quem ganha R$ 2.115. Em compensação, quem recebe R$ 10 mil ou R$ 20 mil, é tributado com uma alíquota de 27,5%, a mesma paga por um assalariado que ganha R$ 3.000 por mês. Para corrigir essas distorções, seriam criadas as faixas de alíquotas intermediárias de 20% e 35%. O governo não definiu, ainda, sobre qual faixa de salário incidirá a alíquota mais alta de IR. O mais provável é que a alíquota recaia sobre os salários superiores a R$ 10 mil. No caso da tabela de despesas, a idéia do governo é permitir que a população de menor renda possa deduzir mais do que as pessoas que recebem menos.