Nacional
Líder tucano vê perseguição política

Agência Folha Brasília O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou neste fim de semana que existiria uma perseguição do governo aos pré-candidatos à Presidência da República que podem prejudicar os planos de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, foi o ataque à imagem do prefeito do Rio, Cesar Maia, e agora ao governador Alckmin [Geraldo Alckmin, governador de São Paulo]. Para Arthur Virgílio, o governo aumenta a cada dia sua veia autoritária e um sinal disto foi o bloqueio, por parte do Tesouro Nacional, de R$ 57 milhões em recursos do Fundo de Exportações que deveriam ser repassados a São Paulo. O bloqueio ocorreu em nome de dívidas contraídas pela então estatal Vasp nos anos 80 e renegociadas na década de 1990. A decisão do Tesouro já foi derrubada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que concedeu liminar ao governo paulista suspendendo qualquer bloqueio de recursos e determinando a liberação dos R$ 57 milhões. Indignado com a postura do governo, Arthur Virgílio alertou os petistas para que mudem de postura ou terão menos compreensão por parte do PSDB nas votações no Senado. Queremos no macro o fim do gesto autoritário e no micro o fim da discriminação a Alckmin, exigiu Arthur Virgílio. Se o presidente Lula acha que deve em nome da reeleição esmagar a Federação, a Constituição e a democracia, temos que mudar o jogo. O caminho é o diálogo e o respeito, mas se o governo quer luta e confronto, eu nunca me neguei, completou o líder dos tucanos. resposta do pt O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Rocha (PA), rebateu as críticas feitas pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, de que haveria perseguição do governo federal aos pré-candidatos da oposição à Presidência da República. Não há confronto, ao contrário, há diálogo do governo com todos os Estados, afirmou o líder petista. Não há uma posição de confronto ou política eleitoral pelo governo Lula. É a oposição que está tentando antecipar a disputa eleitoral de 2006, criticou. O líder tucano disse que a suposta perseguição começou com a intervenção do governo federal no sistema de saúde no Rio de Janeiro. No seu programa de televisão, o prefeito do Rio, César Maia (PFL), diz que a ação do governo federal objetiva prejudicar sua pré-candidatura. Depois, conforme Arthur Virgílio, a perseguição continuou com o episódio do bloqueio de R$ 57 milhões por parte do Tesouro Nacional que deveriam ser repassados ao governo do estado. O seqüestro dos recursos tinha como argumento a tentativa do governo federal de recuperar parte da dívida da Vasp, cujo fiador é São Paulo. Porém, o dinheiro represado compõe o fundo de compensações às exportações destinado a São Paulo pela Lei Kandir. Na avaliação de São Paulo, esse fundo não é uma garantia contratual para a dívida. Para o líder petista, o PSDB é que joga para aparecer na disputa por espaço político.