loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quinta-feira, 10/07/2025 | Ano | Nº 6007
Maceió, AL
22° Tempo
Home > Nacional

Nacional

CPI investiga remessas feitas por Valério

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

ROSE ANE SILVEIRA Folha Online O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), integrante da CPI mista dos Correios, confirmou ontem que a comissão está analisando a denúncia de que agências do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza fizeram remessas de R$ 1.191.425,00 para o exterior, pela conta Lonton, uma subconta da Beacon Hill, de Nova York, utilizada por doleiros para lavagem de dinheiro. Segundo Dias, já ficou comprovada a ligação de Marcos Valério com o doleiro Aroldo Bicalho, que acabou preso pela Polícia Federal na Operação Farol da Colina, na qual foram presos mais de 60 doleiros acusados de remessa ilegal de recurso para o exterior e lavagem de dinheiro. Já está provado que ele [Valério] mandava dinheiro para o exterior. Vamos investigar agora se era lavagem de dinheiro, afirmou. De acordo com a nova denúncia sob investigação da CPI dos Correios, Marcos Valério fez 50 remessas ao exterior, entre 1998 e 2001. O dinheiro saiu da DNA e da SMP&B, agências de publicidade do empresário. Os resumos de ordens de pagamento contidas no banco de dados da CPI do Banestado apontam as remessas de R$ 421.850,19 pela DNA e R$ 769.575,39 pela SMP&B. Esses documentos foram enviados em agosto de 2003 pelo promotor distrital de Nova York Robert Morgenthal à CPI do Banestado, que investigou o esquema da Beacon Hill. O senador tucano avalia que o Banco Rural pode estar por trás do envio ilegal de dinheiro para fora do Brasil. Álvaro Dias afirmou que já passou da hora de a CPI fazer sindicâncias nas agências do Banco Rural. Mesmo este banco, e o Banco do Brasil enviando todas as informações pedidas, eu não sou ingênuo de acreditar que a CPI vai conseguir ter tudo o que pediu. O Banco Rural, que se associa com um esquema de fraude deste, deve estar preparado para escamotear informações, acrescenta o senador tucano. ### Genro desafia Valério a contar tudo O presidente do PT, Tarso Genro, reagiu à ameaça do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza de desembarcar em Brasília com quilos de documentos para fazer denúncias contra o PT e o governo caso o partido não pague a dívida que contraiu junto a suas empresas. Tarso voltou a dizer que só pagará a suposta dívida se Valério apresentar à Justiça documentos que provem os empréstimos. Segundo o presidente do PT, o volume de recursos deve superar 160 milhões de reais. O partido não pode dar o calote em dívidas que não conhece. Vamos pagar dívidas legalmente contraídas. Marcos Valério que entre em juízo e mostre os títulos, disse Tarso. O presidente do partido diz não temer a aparição de evidências contra outros petistas. Não tenho o mínimo interesse em quem vai bater. Se ele tem provas, ele deve incriminar ou apontar irregularidades em qualquer pessoa, seja do PT ou não. Temos que passar a limpo essa questão. No sábado, Valério acusou a direção do PT de tentar lhe aplicar um calote ao não querer assumir a responsabilidade por empréstimos feitos por suas empresas a pedido do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Em conseqüência, Marcos Valério disse que iria à Justiça contra o PT para garantir o pagamento das dívidas. ### Valério diz que não vai aceitar calote do PT Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o publicitário Marcos Valério mostrou-se irritado com a informação de que ele chantageou o PT e exigiu 200 milhões de reais, conforme noticiado pela revista Veja desta semana. A reportagem de Veja informa que ele telefonou ao ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), querendo garantias de que não seria enjaulado e dinheiro para garantir um futuro tranqüilo para sua família. Ele nega. Segundo Valério, o PT declarou guerra e ele se sente sem compromisso com ninguém do partido a partir de agora. Negou que tenha ordenado queima de notas fiscais em Belo Horizonte e afirmou que em uma semana desembarcará em Brasília com quilos de documentos. Quem tiver motivos para preocupação pode ir se preocupando, disse. Estão querendo me caracterizar como chantagista para me darem o calote. Isso eu não vou aceitar. Segundo a reportagem da Folha, durante os cerca de 15 minutos que durou a entrevista, Valério repetiu oito vezes que não aceitará calote. Não adianta tentarem me desmoralizar, tentar desqualificar minha palavra. Não vão me dar calote. Não vão jogar esta bomba no meu colo, disse. Valério disse que suas empresas estão quebradas. Perderam todas as contas de publicidade com o governo federal e os clientes privados estão pulando pela janela para não serem envolvidos. Disse que está se retirando das empresas, e que sua vida profissional acabou. Não vão jogar minha honra no ralo dizendo que sou chantagista. Muita água vai rolar debaixo da ponte.

Relacionadas