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Lula diz que não fará gesto eleitoreiro

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| Ana Flor Folhapress Cuiabá - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que não vai baixar os juros em 4%, 5% de uma vez porque não quer fazer um gesto eleitoreiro. Ele participou da cerimônia de inauguração da linha de transmissão de energia elétrica Coxipó/Cuiabá/Rondonópolis, na subestação de Cuiabá (MT). Por que a gente não baixa? Porque não é uma questão apenas de vontade, porque aqueles que fizeram daquilo apenas um gesto político eleitoreiro, quebraram a cara, e vocês sabem o País que nós herdamos em 2003, disse o presidente em seu discurso durante a inauguração. Ainda sobre a política econômica, Lula afirmou que é preciso ter responsabilidade e não brincar com coisa séria, porque toda vez que se brincou com a economia neste País, por causa da proximidade eleitoral, o resultado negativo ficou para a parte pobre da população. Em relação à votação do salário mínimo, que foi reajustado para R$ 384,29 no Senado Federal, mas foi reduzido para R$ 300 por força do Planalto, o presidente afirmou: quem aprovou sabia que nenhuma prefeitura poderia pagar, quem aprovou sabia que a Previdência Social não suportaria pagar, quem aprovou tinha tido tempo de aprovar porque governa o Brasil há 500 anos. Mas não aprovou. Além das referências que costuma fazer às realizações de seu governo, o presidente Lula também comentou sobre a questão das reformas políticas e voltou a mencionar as denúncias de corrupção. Precisamos repensar que tipo de reforma política nós vamos fazer. Tem coisas que nós precisamos mudar, que nós sabemos que são coisas do arco-da-velha e é preciso que haja compreensão dos partidos políticos, disse Lula, que acrescentou ser difícil fazer mudanças no meio de mandatos. Lula falou por 29 minutos a uma platéia modesta, de cerca de 300 trabalhadores e convidados. O discurso foi quase todo improvisado e o presidente apelou para as anotações apenas para falar do crescimento da economia e programas sociais. O presidente atacou governadores que evitam discussões sobre o pacto federativo e defendeu reformas no País, como a política. Lula culpou antecessores e outros gestores medíocres por pensar apenas em deixar marcas pessoais e transformar o país em um `cemitério de obras não concluídas. Ao se referir à crise política, Lula criticou o carnaval de investigações feitas com muito alarde e poucos resultados -como tem ocorrido nas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) do Congresso. E voltou a defender as investigações da Polícia Federal e Ministério Público. Todo mundo sabe que essas coisas [investigações], quando são feitas com seriedade, são mais demoradas. Muitas vezes quando se faz apenas um carnaval, se faz muito barulho e a conclusão verdadeira demora muito para aparecer ou às vezes nem aparece. Ao concluir, o presidente afirmou que por nada neste mundo jogaria fora a chance de dar ao povo brasileiro a oportunidade de ter um ganho real no seu salário. E, usando o exemplo das pessoas que desbravaram os Estados de Mato Grosso e Rondônia, Lula apelou para a capacidade do brasileiro em momentos de crise: por mais grave que seja a crise política, o povo brasileiro saberá, com a sua paciência, com a sua maturidade, debelá-la. ### Avaliação do governo Lula cai de novo Pesquisa Ibope divulgada ontem pela TV Globo revelou que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu em relação a pesquisas anteriores. De acordo com a pesquisa, em junho, o índice de aprovação do governo Lula era de 55%. No mês passado, o índice osciliou negativamente para 54%. Em agosto, o percentual foi para 45%. Esta é a terceira pesquisa realizada pelo Ibope depois da crise. A sondagem foi feita entre os dias 18 e 22 deste mês e a margem de erro é de 2,2 pontos. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios do País. Segundo o Ibope, em junho e em julho o percentual de pessoas que desaprovavam o governo Lula era de 38%. Em agosto, 45% dos entrevistados disseram que desaprovam o governo. O índice dos entrevistados que consideram o governo Lula ótimo ou bom também caiu. Em junho, eram 35%. No mês seguinte, o índice oscilou positivamente para 36% e, em agosto, o percentual caiu para 29%. A pesquisa Ibope apontou ainda crescimento no índice de pessoas que consideram o governo Lula ruim ou péssimo. Em junho, 22% dos entrevistados consideravam o governo ruim ou péssimo. O percentual osciliou positivamente para cima em junho -24%- e chegou a 31% neste mês. Entre os entrevistados, 43% afirmaram que continuam confiando no presidente. O índice é inferior em comparação com os dois meses anteriores. Em junho, 56% disseram ter confiança no presidente. No mês seguinte, o índice passou para 53%. Ainda de acordo com a pesquisa, 52% dos entrevistados afirmaram que não confiam no presidente. Em junho, o percentual era de 38% e, em julho, era 42%. ELEIÇÃO 2006 O presidente Lula perderia hoje a eleição para o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), num eventual segundo turno, de acordo com pesquisa Ibope. Serra aparece com 44% das intenções de voto, enquanto Lula teria apenas 35% -brancos e nulos somam 17%; não souberam ou não opinaram, 4%. O resultado do Ibope confirma a tendência já apurada pelo Datafolha em que Serra aparecia num eventual segundo turno com 48% das intenções de voto e Lula, com 39%. O Ibope simulou ainda a disputa de Lula com outros potenciais candidatos à Presidência. Nas simulações, Lula venceria tanto o ex-governador do Rio, Anthony Garatinho (PMDB), quanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), num eventual segundo turno. Lula bateria Garotinho por 40% a 31%, e venceria Alckmin por 42% a 31% no segundo turno. ### BMG cobra dívida do PT na Justiça O Banco de Minas Gerais (BMG) entrou ontem com ação de execução contra o PT para cobrar uma dívida de R$ 3,4 milhões do partido. O débito é referente ao empréstimo de R$ 2,4 milhões contraído pelo PT no BMG em fevereiro de 2003, que teve o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza como avalista. Além do PT e de Valério, o banco também acionou os outros dois avalistas do empréstimo: o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. O prazo para pagamento da dívida terminou às 18h de anteontem. Os réus terão um dia, contados a partir da citação, para pagar a dívida ou indicar bens à penhora. Se não fizerem, vão responder com seu patrimônio pessoal, disse o advogado do BMG Rafael Miranda. Nesse caso, segundo Miranda, se o patrimônio dos devedores não cobrir o débito, eles podem entrar em processo de falência (pessoa jurídica) ou de insolvência (pessoa física). Inicialmente dividido para pagamento em cinco prestações, sendo a última com vencimento em julho de 2003, o empréstimo teve quatro renegociações. Uma das parcelas definidas nessas renegociações, de R$ 349,9 mil, foi paga por Valério, que se tornou credor do PT. A ação de execução foi protocolada na 34ª Vara Cível de Belo Horizonte, pois a capital mineira foi o foro acordado no contrato do empréstimo. Com isso, os réus estabelecidos na capital paulista -PT, Genoino e Delúbio- deverão ser citados por carta precatória. O Diretório Nacional do PT informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o partido reconhece a dívida com o BMG e que pretende negociá-la. Amigavelmente Independentemente das notificações judiciais ajuizadas no Foro Central de São Paulo contra o PT, o empresário Marcos Valério de Souza disse ontem que pretende resolver amigavelmente a questão das dívidas que avalizou e contraiu para o Partido dos Trabalhadores. Eu penso em resolver da seguinte forma: amigavelmente com a futura direção do PT. Sentar todo mundo em uma mesa e tentar uma composição de dívida. Ou, senão, fazer o que eu já estou fazendo, um processo de execução do PT dentro de São Paulo, disse ele, que acrescentou: Meu advogado acha que eu tenho grande chance de receber do PT. Mas, se eu não receber do PT, com toda a certeza estarei um homem muito, mas muito endividado. Valério disse que não possui nenhum outro bem de maior valor, passível de penhora, a não ser a casa em que mora e o carro no qual anda. Só isso que eu tenho, não tenho fazenda, não tenho nenhum bem de maior valor. Agora eu vou pensar em tentar uma solução amigável. Ele disse que os bancos estão tomando posição somente agora por causa da crise desencadeada pelo esquema de financiamento paralelo do PT.

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