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Nº 5814
Nacional

PFL amea�a Jos� Serra com CPI do Grampo

Brasília – O PFL avançou na ofensiva para tentar minar  a pré-candidatura do senador  José Serra (PSDB-SP) à Presidência: levantou suspeição  sobre a contratação de serviços de contra-espionagem  pelo Ministério da Saúde,  ameaçou apoiar uma CPI  (Comissã

Por | Edição do dia 16/03/2002 - Matéria atualizada em 16/03/2002 às 00h00

Brasília – O PFL avançou na ofensiva para tentar minar  a pré-candidatura do senador  José Serra (PSDB-SP) à Presidência: levantou suspeição  sobre a contratação de serviços de contra-espionagem  pelo Ministério da Saúde,  ameaçou apoiar uma CPI  (Comissão Parlamentar de Inquérito) do grampo e pediu a  cassação do secretário-geral  do PSDB, o deputado federal  Márcio Fortes (RJ). Um dos pefelistas mais incisivos, o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), apóia a criação de uma CPI Mista para investigar denúncias de escutas telefônicas clandestinas nos últimos anos. A iniciativa partiu do PT. Na Câmara, o PFL também formalizou na Mesa Diretora uma representação contra Fortes, um dos principais articuladores da candidatura de Serra. O PFL quer a investigação das suspeitas de envolvimento dele em espionagem da governadora Roseana Sarney (MA), pré-candidata do partido. Ontem, o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), disse que, se fosse chamado para depor numa eventual CPI, diria “exatamente” o que tem dito à imprensa: “Fui procurado por uma pessoa que se disse enviada pelo Márcio Fortes”. Garotinho se negou a revelar o nome dessa pessoa, que teria lhe oferecido um dossiê contra a governadora pefelista: “Não é o caso de divulgar o nome dessa pessoa. Agora é hora de investigar as acusações contra a Roseana”. Mas o assunto que mais provocou reações dos pefelistas o dia todo foi a publicação de reportagem na Folha ontem sobre a contratação da empresa Fence Consultoria Empresarial Ltda. pelo Ministério da Saúde para detectar a existência de grampo telefônico. Gravidade Para o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), o fato é “da maior gravidade” e cobrou explicações do governo. “O dinheiro é público e foi gasto com objetivos duvidosos e desnecessários.” Na reunião da Executiva Nacional do partido, a cúpula pefelista cogitou a convocação do ministro Barjas Negri para explicar o contrato no Senado, o que poderá ser feito na próxima semana. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), levantou suspeitas de que o contrato com a Fence -firmado na gestão do então ministro Serra- poderia envolver outros serviços, além da varredura nos telefones do ministério. “Ao PFL causa profunda estranheza o contrato, principalmente pelos valores revelados. Será que uma varredura custa tudo isto?”, perguntou o líder.

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