Nacional
Caso Marielle: polícia estaria investigando Carlos Bolsonaro
Segundo jornalista, vereador teria relação próxima com acusado de ter feito os disparos


A Polícia Civil do Rio trabalha com hipótese nova, de envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro no assassinato da vereadora Marielle Franco. A informação foi divulgada ontem pelo jornalista Kennedy Alencar, da rádio CBN. Segundo essa linha de investigação, o vereador teria uma relação próxima com Ronnie Lessa, acusado de ter disparado contra Marielle e seu motorista Anderson Gomes. Segundo Alencar, Carlos e Marielle tiveram uma discussão forte na Câmara Municipal. Havia um clima de hostilidade entre os dois. A polícia trata com cautela essa hipótese, mas ela faz parte da apuração do caso. Reportagem desta semana da revista VEJA também revelou detalhes da nova linha de investigação perseguida pela Polícia Civil para tentar elucidar o homicídio. Dessa vez, o foco é sobre eventuais desdobramentos de uma briga de um assessor de Marielle com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC). De acordo com a revista, em maio de 2017, um assessor de Marielle andava pelo corredor mostrando o prédio da Câmara de Vereadores a dois amigos quando, em frente ao gabinete 905, de Carlos, comentou que ali ficava o filho de um deputado “ultraconservador” que beirava o “fascismo”. O Zero Dois ouviu tudo e, aos berros, começou a discutir, até que Marielle apareceu, colocando panos quentes. Desde a briga, Carlos passou a evitar até entrar no elevador se Marielle ou assessores dela estivessem presentes.
PORTEIRO
Ontem, o porteiro que havia citado Jair Bolsonaro nas investigações da morte de Marielle recuou, em depoimento à Polícia Federal, da versão dada anteriormente à Polícia Civil do Rio.
Ele disse à PF na terça-feira (19) que errou ao atribuir ao presidente a autorização para a entrada no condomínio Vivendas da Barra de um dos acusados do crime. Também disse ter se sentido confuso durante os dois depoimentos dados à Polícia Civil em outubro. O porteiro havia feito menção ao nome de Bolsonaro ao depor nos dias 7 e 9 de outubro. Na ocasião, ele havia atribuído a “seu Jair” a autorização de entrada do ex-PM Élcio de Queiroz, um dos suspeitos pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, no condomínio Vivendas da Barra horas antes do assassinato, em 14 de março de 2018. Registros da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro, então deputado federal, estava em Brasília no momento da ligação..