Nacional
Paraisópolis: PM não seguiu protocolos


A Polícia Militar de São Paulo, apesar de ser uma das mais bem treinadas do país, aparentemente não agiu em Paraisópolis de acordo com protocolos de abordagens em locais com multidão. A opinião é de especialistas em segurança pública sobre a ação policial que resultou na morte de nove jovens no domingo (1º). O governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda (2) que a política de repressões aos pancadões não irá mudar, mesmo após as mortes em Paraisópolis. Os especialistas também ressaltam que se o objetivo da ação era prender suspeitos, como divulgado pela Polícia Militar, usar armas não letais, como bombas de efeito moral, e confinar milhares de pessoas não foi a melhor estratégia. Isso porque a chance de criar um dano maior é grande, como de fato ocorreu. "Os PMs de São Paulo não são mal preparados. Pelo contrário, recebem excelente treinamento sobre como agir em manifestações. Isso nos leva a concluir que a operação não seguiu nenhum protocolo e teve o resultado que teve", afirmou o advogado Ivan Marques, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Moradores da periferia, em sua maioria negros, os mortos após a ação policial em Paraisópolis no domingo (1º) saíram de outros bairros da Grande São Paulo em busca de diversão no baile funk de rua mais famoso da capital. Segundo familiares e conhecidos das vítimas, elas viviam em bairros sem oferta de lazer. Para ir ao local, alguns deixaram de avisar ou mentiram para os pais, que só descobriram que os filhos estavam a quilômetros de casa após as notícias sobre a tragédia. Dos nove mortos, quatro eram adolescentes –e só uma era mulher. A reportagem conseguiu localizar parentes e conhecidos de seis deles..