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Marco Aur�lio aprova reformas�e faz cr�ticas aos tr�s poderes

Brasília ? Seis dias antes de deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio Mello, criticou ontem todos os Poderes e questionou o porquê de não serem feitas reformas estruturais no Executivo e no Legislativo, a exemplo do que o governo pretende fazer com o Judiciário. ?Será que a bola da vez é o Judiciário??, perguntou. ?Se for, estamos muito mal?, respondeu. Marco Aurélio afirmou que as autoridades deveriam se esforçar para fortalecer o Judiciário que, segundo ele, é ?a última trincheira dos cidadãos?. ?A não ser que se queira ir à babel?, disse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e os próprios juízes não foram poupados das críticas. Sem citar a declaração de Lula de que, no Brasil, apenas os pobres vão para a cadeia, Marco Aurélio disse que essa situação deve-se, em grande parte, ao fato de que, passados 15 anos da promulgação da Constituição, os Executivos federal e estaduais não implantaram devidamente as defensorias públicas, que seriam responsáveis por defender na Justiça os interesses de quem não tem dinheiro para pagar advogado. O presidente do Supremo também criticou o comportamento de órgãos públicos de continuar a insistir em causas jurídicas já perdidas, contribuindo com a demora na tramitação dos processos. ?Só se resolve isso com uma nova postura e o exemplo tem de vir de cima?, afirmou. ?Não é razoável que o Estado esteja em 70 a 75% dos recursos?, citou. ?O Estado não deve insistir em matéria pacificadas?, completou.