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Nº 5759
Nacional

Itamaraty diz que observa��es da ONU s�o “desequilibradas”

Brasília – O governo brasileiro considerou “pouco construtivo o tom” da afirmação de que o  Brasil vive uma “guerra social”,  feita pelo relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) Jean Ziegler. Em nota à imprensa, o Itamaraty afirmou “lamenta

Por | Edição do dia 19/03/2002 - Matéria atualizada em 19/03/2002 às 00h00

Brasília – O governo brasileiro considerou “pouco construtivo o tom” da afirmação de que o  Brasil vive uma “guerra social”,  feita pelo relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) Jean Ziegler. Em nota à imprensa, o Itamaraty afirmou “lamentar profundamente a tônica desequilibrada” das declarações. Em reportagem ontem da Folha de S.Paulo, que mereceu a manchete do jornal, Jean Ziegler concluiu que o Brasil não cumpre os compromissos firmados nos pactos internacionais sobre a alimentação e que poderá sofrer punições da ONU por causa disso. Ainda de acordo com a nota, a afirmação do enviado da ONU à imprensa ao final de sua visita coloca “em risco a objetividade de sua missão’’. “A contribuição que pode e deve ser feita por Relatores Especiais ao aperfeiçoamento do sistema nacional de defesa, promoção e proteção dos direitos humanos tem como base necessária a análise isenta de fatos, processos e situações’’, completa a nota. No discurso que fez aos 54 voluntários católicos e batistas que participam do mutirão contra a desnutrição infantil, Ziegler foi contundente. “Os dados indicam que um terço da população brasileira é afetada pela subalimentação. Isto é totalmente intolerável. No Níger (país localizado no centro-oeste da África e que tem um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) do mundo) há fome porque não há nada, só areia e rocha. Mas no Brasil, onde há terra fértil, riqueza e um clima tropical, a fome é um genocídio, não uma fatalidade. A responsabilidade é a ordem social, não a natureza. A responsabilidade é um produto de uma ordem totalmente injusta. Quem morre de fome no Brasil é assassinado”, afirmou.

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