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Rebeli�o deixa 13 mortos em pres�dio de Manaus

Manaus ? Uma rebelião de presos iniciada no domingo e que só terminou na manhã de ontem deixou 13 detentos mortos e 16 feridos no presídio de segurança máxima de Puraquequara, na zona leste da cidade, no estado do Amazonas. Segundo o secretário Lélio Lauria, há indícios de que os presos já estariam mortos no início da rebelião, assassinados pelos próprios presos, mas parentes de presidiários que presenciaram o motim afirmam que policiais militares iniciaram a matança. A Secretaria de Justiça vai instaurar inquérito para apurar a possível participação de policiais no massacre. A rebelião começou quando cerca de 600 presos aproveitaram a visita de parentes para fazer reféns e exigir a volta de sete detentos transferidos para outra unidade prisional e a substituição do diretor do presídio, Alfredo Rego da Mata, pelo antigo diretor Davi Nascimento. Por volta das 15h30m os rebelados renderam cinco agentes penitenciários sob ameaça de armas brancas de fabricação artesanal. Com o início do motim, os portões do presídio foram fechados antes que os 52 visitantes pudessem sair, entre eles, sete crianças e uma grávida de nove meses. Cinco agentes continuaram retidos durante toda a noite, enquanto os amotinados negociavam com o secretário de Estado de Justiça, Lélio Lauria. A situação só foi controlada no início da manhã de ontem, quando os amotinados aceitaram voltar às celas com o retorno de Davi Nascimento, abrindo mão de outras reivindicações. Segundo a Secretaria da Justiça, alguns parentes e agentes penitenciários foram mantidos reféns pelos amotinados, que exigiam a saída do diretor da unidade e a instalação de um telefone público no local. Os pedidos não foram aceitos. A rebelião se estendeu até esta manhã, com a liberação das vítimas. A Secretaria da Justiça, apura informações sobre as mortes. A Unidade Prisional de Puraquequara, na zona rural de Manaus, estava nos planos do Ministério da Justiça para ser federalizada e comandada pela Polícia Federal. A hipótese foi analisada quando o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, passou 39 dias na Superintendência da PF em Maceió (AL). O governo federal chegou a cogitar enviar o traficante para Manaus. No entanto, após a estada de Beira-Mar em Alagoas, ele retornou para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, em São Paulo, em 6 de maio, onde está até hoje. A rebelião em Puraquequara foi a primeira ocorrida no local neste ano. O presídio é considerado um dos mais modernos do Amazonas. O motim começou na tarde de domingo só terminou n a manhã de ontem. Segundo a PM, as mortes ocorreram por causa de brigas entre gangues rivais.