Novos ministros do STF tomam�posse sem a presen�a de Lula

Brasília ? Em cerimônia marcada pela ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomaram posse ontem, em Brasília, os três novos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF): o desembargador paulista Cézar Peluso, o advogado sergipano Carlos Ayres Brito e o procurador da República mineiro Joaquim Barbosa Gomes. Um dos poucos ministros de Estado a comparecer à posse, Márcio Thomaz Bastos (Justiça), disse que a escolha de Gomes, primeiro negro a chegar à mais alta corte do País, tem uma carga simbólica. ?A nódoa da escravatura criou uma grande dívida em relação à raça negra por parte da cidadania brasileira?, afirmou Bastos, observando que ele foi escolhido, principalmente, pela carreira e preparação. Segundo o ministro da Justiça, a nomeação de Gomes é uma espécie de reversão desse quadro, o começo do pagamento de dívidas. Após a posse, os novos ministros disseram que se sentem honrados com a chance de ocupar uma cadeira no Supremo. O procurador da República mineiro Gomes reconheceu que a indicação teve uma carga simbólica muito significativa para a sociedade brasileira. Britto prometeu que prestará um serviço à coletividade, cumprindo a Constituição Federal. Com a posse de Peluso, Britto e Gomes o STF voltará a ter a sua composição completa. Entre abril e maio, o tribunal ficou desfalcado com as aposentadorias compulsórias, aos 70 anos, dos ministros Sydney Sanches, Moreira Alves e Ilmar Galvão. Apenas oito dos 11 ministros participaram dos julgamentos nos últimos dois meses, o que dificultou a votação de ações mais polêmicas que envolvem matéria constitucional. Até o fim do governo, Lula indicará mais dois ministros, com as aposentadorias compulsórias do atual presidente do STF, ministro Maurício Corrêa, em maio, e do ministro Carlos Velloso, em 2006.