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Lula recua ap�s criticar Judici�rio e Congresso

Brasília ? Para evitar uma crise institucional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Brasília que foi mal-interpretado em suas declarações de terça-feira, em que dizia que ?não tem Congresso Nacional, não tem Poder Judiciário, só Deus será capaz de impedir? que o Brasil ocupe lugar de destaque. Lula fez questão de reler o trecho de seu discurso, na Confederação Nacional das Indústrias (CNI), para dizer que não quer ser mal-entendido pelo Legislativo ou Judiciário. ?Em nenhum momento passou pela cabeça do presidente da República de passar por cima do Congresso Nacional?, afirmou. ?Jamais me passou pela cabeça qualquer ofensa a um Poder neste país.? Ao lado dos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula apresentou a pauta de votação da convocação extraordinária do Congresso. O presidente chegou a pedir aos dois que conversem com os congressistas para impedir que haja abalo na relação do Executivo com os outros Poderes. Lula disse já ter dado ?demonstrações inequívocas do respeito e da relação que o governo quer e precisa ter com o Congresso Nacional?, quando esteve na Casa por duas vezes neste ano. ?O momento é de a gente fazer que as coisas aconteçam da melhor maneira possível?, afirmou. Dizendo que não havia ?nada pior em política do que mal-entendidos?, Lula se colocou à disposição de ?qualquer deputado que tiver se sentido desrespeitado? para esclarecer suas declarações. As declarações de Lula abriram uma crise entre os Poderes. Ainda na terça-feira à noite, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Maurício Corrêa, ironizou o discurso do presidente e disse que cada Poder ?tem limites demarcados clara e expressamente?.