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PFL freia vota��o da Lei da Morda�a na CCJ do Senado

Brasília A bancada do PFL no Senado brecou a iniciativa do relator Bello Parga (PFL-MA), de votar hoje, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto de lei da chamada Lei da Mordaça que, entre outras medidas, pune os procuradores que divulgarem informações sob investigação do Ministério Público. Não sem motivos, a decisão de Bello Parga foi tida como retaliação contra os procuradores que apuram irregularidades na empresa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e de seu marido Jorge Murad. Em primeiro lugar, pelas estreitas ligações do relator com a família Sarney, a quem deve a carreira política. Depois, por ocorrer no mesmo dia em que o senador José Sarney (PMDB-AP) promete subir à tribuna para defender sua filha. Parga afirma que houve apenas coincidência. Ele não soube explicar por que só agora resolveu investir no parecer que entregou à comissão em dezembro. O certo é que não convenceu nem mesmo seus colegas de partido. O líder do PFL, José Agripino (RN), pediu ao presidente interino da CCJ, senador Osmar Dias (PDT-PR), que retire a matéria da pauta. O assunto não é oportuno, admitiu. Para Osmar Dias, é difícil acreditar que o relator tenha se deixado levar unicamente pela vontade de apresentar seu parecer. Ele pode ter se arrependido do que fez, defende. Mas que fez com intenção certa, fez.