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Petistas querem abrir arquivos do Araguaia

Brasília - Deputados da ala à esquerda do PT defenderam a abertura dos arquivos do Exército sobre a guerrilha do Araguaia, movimento armado de combate ao regime militar organizado por militantes do PC do B entre 1966 e 74. A juíza federal Solange Salgado, da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, determinou a quebra do sigilo de documentos do Exército sobre a guerrilha. Ela também deu um prazo de 120 dias para a União informar onde estão enterrados os restos mortais dos familiares dos 22 autores do processo. Verdade histórica ?O que se quer é o estabelecimento da verdade histórica. É fundamental saber efetivamente o que aconteceu e dar garantia para as pessoas de que seus familiares serão enterrados dignamente?, afirmou o deputado João Alfredo (PT-CE). O governo, no entanto, decidiu encampar, conforme a Folha apurou, o discurso do Exército de que não há documentos e, se havia, eles foram destruídos. ?Nem estamos fazendo como na Argentina, onde os militares estão sendo extraditados para a Espanha ou sendo julgados na própria Argentina. Mesmo na Argentina, não é revanchismo. Seria se os que foram torturados passassem a torturar seus torturadores?, disse Alfredo. O deputado Doutor Rosinha (PT-PR) também defendeu a divulgação dos documentos. ?Todo e qualquer arquivo, independentemente de ser sobre a guerrilha do Araguaia, tem que ser aberto. A história tem que ficar clara para todos, ainda mais passado um período tão longo. O resultado é conhecimento histórico?, disse ele. O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), advogado dos familiares na ação, disse que tem um encontro com o advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro da Costa, nesta terça-feira, e que prefere ouvir a posição oficial do governo.