Nacional
Cobran�a dos aliados

A votação da reforma da Previdência escancarou as insatisfações dos aliados com o Palácio do Planalto. Para manter o apoio ao governo, e não derrubar em plenário itens como a taxação dos servidores públicos aposentados, partidos como PMDB e PL deixaram claro ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, que não basta apenas liberar recursos para suas emendas ao Orçamento, da ordem de R$ 1,5 bilhão. Os aliados querem muito mais: cargos estratégicos em Brasília e nos Estados, além de acesso a informações privilegiadas da área econômica. Apesar das fortes cobranças, o governo não abriu espaço, ontem, para negociações individuais. ?Estão tocando essa votação a seco, na base do constrangimento?, afirmou um importante interlocutor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ?O governo comprou fiado, não assinou a nota e ainda fica lembrando que o PSDB, um adversário, prestou-lhe grande serviço sem cobrar nada?, completou o parlamentar, numa referência aos 29 votos dados pelos tucanos na votação do texto base da reforma previdenciária.