Nacional
Senadores querem excluir taxa��o de inativos

Brasília ? A reforma da Previdência só chegará ao Senado em duas ou três semanas, mas alguns senadores iniciaram ontem um movimento, de caráter informal, para tentar excluir do texto a taxação dos inativos e pensionistas do serviço público. No plenário praticamente vazio, parlamentares do PMDB, PFL e PDT prometeram trabalhar para impedir que a taxação, aprovada em primeiro turno pelos deputados, vire lei. ?As viuvinhas vão ficar sem pensão?, alardeou o senador Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa (PMDB-PI), em discurso. O líder da minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), quer aprovar uma emenda contrária à taxação dos inativos. Será, segundo ele, um ato em ?defesa dos que contribuíram a vida toda? com o País. ?Tenho certeza de que a cobrança dos inativos será derrubada no Senado?, afirmou o pefelista. Mão Santa assegurou que, embora seja da base de apoio do governo, não votará pontos de uma reforma ?onde os únicos que têm a pagar as contas chamam-se aposentados e pensionistas?. Segundo Efraim, seu partido, o PFL, deixará a questão em aberto, mas pelas suas expectativas o total de votos contrários à taxação será maior do que na Câmara. Além de anunciar que seu partido fechou questão para votar, também no Senado, contra a cobrança dos inativos, o líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), quer ainda que a Casa ouça em audiência pública especialistas sobre a Previdência antes de votar a proposta. Entre os conferencista, Péres sugeriu os nomes do ex-ministro da Previdência José Cechin e do especialista em finanças públicas Raul Velloso. A situação do PSDB atende mais às expectativas do governo, apesar das críticas feitas pelo líder tucano Arthur Virgílio (AM) à reforma. Pela sua avaliação, o texto é ?ruim e fraco?, mas ressalvou que apesar disso votará pela cobrança dos inativos. Adiantou, porém, que a questão não é unanimidade e que dois de seus colegas, Antero Paes de Barros (MT) e Leonel Pavan (SC), já avisaram que também discordam de outros pontos da reforma. A discordância sobre o texto aprovado pelos deputados parte inclusive de petistas, como o vice-presidente do Senado, senador Paulo Paim (RS), para quem a reforma aprovada na Câmara não reflete a opinião dos 81 senadores. E que, portanto, deve ser alterado. ?A Casa não deve apenas carimbar textos aprovados na Câmara?, defendeu Paim.