São Paulo – Elas estão mais sedentárias, têm uma dieta que esbanja calorias e, claro, estão com peso acima do normal. Não precisa ser especialista para constatar que a silhueta das crianças brasileiras está aumentando. O que as mais recentes pesquisas revelam, no entanto, muita gente ainda não se deu conta: além do peso, essas crianças estão desenvolvendo rapidamente uma série de fatores de risco para doenças cardiovasculares. Pior: o grupo mais afetado é justamente aquele mais desamparado, o de crianças pertencentes a famílias de menor poder aquisitivo. “É preciso adotar medidas dirigidas o quanto antes”, defende a médica do setor de lípides do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eliane Magalhães. “Caso contrário, dentro de poucos anos assistiremos a um aumento expressivo de pacientes jovens com problemas sérios cardiovasculares”. Eliane se baseia em números muito significativos. Desde 1987, ela acompanha estudantes de escolas públicas e particulares do Rio.