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CASOS SUSPEITOS DE CORONAVÍRUS NO BRASIL SOBEM PARA 132
Número pode crescer, porque outras 213 notificações ainda não foram analisadas; apenas um caso foi confirmado até agora


O número de casos de suspeita de infecção por coronavírus no Brasil disparou nas últimas horas e chegou a 132 nesta quinta-feira (27) –eram 20 na quarta. Outras 213 notificações ainda não foram analisadas mas, segundo o Ministério da Saúde, esse volume deve incrementar as suspeitas.
O Brasil tem apenas um caso confirmado, de um um homem de 61 anos de São Paulo. Ele esteve na Itália, um dos países com mais casos. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, o aumento de casos de suspeita de infecção no Brasil se deve à ampliação de países com casos confirmados. Já há mais de 81 mil casos confirmados em 37 países. O número de mortes chega a 2.918 em todo mundo.
Dos 132 casos classificados como suspeitos no Brasil, 121 têm histórico de viagens para China, Itália ou Japão. Oito deles tiveram contatos com casos de suspeita no Brasil e outros 3 são pessoas com contatos com o homem infectado. “A grande maioria dos 213 casos em análise deve entrar na lista de suspeitos”, disse Gabbardo. “Os estados nos mandaram e entenderam que são casos suspeitos, mas não tivemos tempo suficiente para análise pormenorizada”, disse Gabbardo. Os casos suspeitos estão distribuídos da seguinte forma: São Paulo (55), Rio Grande do Sul (24), Rio de Janeiro (9), Santa Catarina (8), Paraná (5), Distrito Federal (5), Minas Gerais (5), Ceará (5), Rio Grande do Norte (4), Pernambuco (3), Goiás (3), Mato Grosso do Sul (2), Paraíba (1), Alagoas (1) e Bahia (1) e Espírito Santo (1).
MÁSCARAS E LUVAS
O Ministério da Saúde tem enfrentado dificuldades para adquirir itens de proteção de saúde, como máscaras e luvas, e promete acionar a Justiça para garantir o fornecimento. Empresas que participaram de licitação, foram selecionadas no certame, estão desistindo de vender ao governo porque comprometeram sua produção para exportação. O governo Jair Bolsonaro não descarta usar mecanismos legais para impedir a exportação ou apreender o produto caso as empresas mantenham a desistência da venda. “Se for necessário, vamos impedir a exportação dos produtos ou faremos a apreensão na fábrica”, disse o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, em entrevista à imprensa ontem. Segundo Gabbardo, a situação causa grande preocupação no governo. A área jurídica da pasta tem analisado quais as opções o governo tem. Gabbardo disse que as empresas venderam seus estoques e comprometeram sua produção com outros países, como a China, apesar de terem participado da licitação. O secretário executivo não informou quantas companhias estão nessa situação. “Estamos em uma situação de emergência em saúde pública, que é uma questão excepcional”, diz. “O Brasil precisa desses produtos, as pessoas precisam, os trabalhadores de saúde precisam desse produto”. Dos 21 itens de proteção individual licitados, o fornecimento de cinco deles, como máscaras e aventais, está em risco. O governo planeja adquirir 20 milhões de máscaras, por exemplo, que devem ser distribuídas para os estados. O governo vai se reunir com representantes do setor para tratar do assunto. De acordo com Gabbardo, o país ainda tem um certo tempo uma vez que só há um caso confirmado.