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Nº 5822
Nacional

MST mobilizar� 2 milh�es de militantes em invas�es

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Por | Edição do dia 27/03/2002 - Matéria atualizada em 27/03/2002 às 00h00

Teodoro Sampaio – O líder do Movimento dos Sem Terra  (MST) no Pontal do Paranapanema, José Rainha Júnior, afirmou, ontem, que o movimento  vai realizar um grande número  de invasões em todo o País. O  MST usará toda a sua estrutura para tentar colocar nas ruas dois milhões de trabalhadores sem-terra. “O governo pode ficar preparado”, avisou. O objetivo não é só apressar a reforma agrária, nem apenas atacar o governo, segundo ele. “É preciso mudar o jogo que está aí. Se a regra do jogo é a democracia, precisamos mudá-la”, declarou. Ele disse que as mudanças no Brasil só acontecem com o povo nas ruas. Segundo ele, a nova onda de invasões não tem a ver com as eleições. O líder admitiu que o movimento errou ao retomar as invasões em plena campanha eleitoral. “Nosso erro foi não ter feito umas 100 ocupações logo no início do ano”, declarou. Conforme Rainha, o MST tem onde buscar gente para garantir a mobilização que pretende realizar. “São 12 milhões de sem-terra em todo o País”, salientou. Os militantes já iniciaram o trabalho de arregimentação da massa. Os comandos regionais colocaram equipes para percorrer as periferias das cidades. Novas invasões devem ocorrer no Pontal, onde pelas contas do MST existem 92 mil hectares de terras devolutas. Durante a visita aos sem-terra que invadiram, na manhã de segunda-feira, a Fazenda Santa Maria, do sócio dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, em Teodoro Sampaio, Rainha disse que as terras tinham sido obtidas através de grilagem. “São terras públicas e estão com parentes do presidente”, protestou. Ele reafirmou que a invasão foi uma forma de protesto contra a prisão dos 16 sem-terra em Minas Gerais. De acordo com ele, o serviço de inteligência do governo sabia da invasão e não se preocupou em evitá-la. O MST vai utilizar a estrutura dos assentamentos, sindicatos, escolas e igrejas para arregimentar mão-de-obra para as próximas invasões. Segundo o líder Sérgio Pantaleão, embora a face visível do movimento esteja nos assentamentos e acampamentos espalhados pelo País, a rede de apoio inclui organizações externas, como os sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), parte das igrejas católicas e evangélicas e escolas, sobretudo as rurais.

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