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Nº 5759
Nacional

Lula vai propor CPMF internacional contra fome

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai propor a criação de uma “CPMF internacional” para financiar o combate à fome e à miséria em países mais pobres. A proposta será feita na viagem a Genebra, nos dias 29 e 30, segundo o assessor de Lula p

Por | Edição do dia 17/01/2004 - Matéria atualizada em 17/01/2004 às 00h00

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai propor a criação de uma “CPMF internacional” para financiar o combate à fome e à miséria em países mais pobres. A proposta será feita na viagem a Genebra, nos dias 29 e 30, segundo o assessor de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. A idéia é cobrar uma taxa sobre todas as operações financeiras entre países para constituir o fundo de combate à pobreza que Lula vem defendendo em fóruns internacionais. A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) brasileira incide sobre as transações bancárias, com alíquota de 0,38%. Foi criada como provisória no governo FHC e, de prorrogação em prorrogação, mantém-se até hoje. Lula apresentará a idéia num encontro com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, e com o presidente da França, Jacques Chirac. Os três vão se encontrar em Genebra quando Lula chegar da Índia. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia defendido, em 1999, uma proposta semelhante, a Taxa Tobin, idealizada pelo americano James Tobin, professor da Universidade de Yale e Prêmio Nobel de Economia. A idéia original de Tobin era taxar o capital que cruza fronteiras. FHC queria usar o que fosse arrecadado para ajudar países sob tempestades financeiras – a exemplo das que passaram o Brasil e a Rússia no fim da década de 90. A “CPMF internacional” seria para combater especificamente a miséria”, explicou Garcia durante entrevista, ontem, no Palácio do Planalto. Ele embarca hoje para o Fórum Social Mundial, que está se realizando na Índia, mas sem a presença de Lula. O presidente, de acordo com seu assessor, terá dois compromissos em Genebra: um encontro com investidores, inclusive para detalhar a PPP (Parceria Público-Privada), e outro com Annan e Chirac, para tratar do combate à pobreza. O assessor do presidente se nega a ver essa “CPMF internacional” como um novo nome para a Taxa Tobin que FHC defendia. Garcia disse que essa “CPMF” é uma entre várias idéias que estão em análise e que não há nenhum modelo já definido de como poderia ser implementada. “Antes, temos de conquistar corações e mentes. Depende de acordos. Se no Brasil a CPMF deu esse rolo todo, imagine internacionalmente.”

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