Cristovam Buarque � demitido pelo presidente por telefone
Brasília - O presidente Lula demitiu na manhã de ontem, por telefone, o ministro da Educação, Cristovam Buarque (PT), que está em férias em Portugal. Cristovam se juntaria à comitiva de Lula, que ontem à noite viajou para a Índia. Tarso Genro (Conselho d
Por | Edição do dia 24/01/2004 - Matéria atualizada em 24/01/2004 às 00h00
Brasília - O presidente Lula demitiu na manhã de ontem, por telefone, o ministro da Educação, Cristovam Buarque (PT), que está em férias em Portugal. Cristovam se juntaria à comitiva de Lula, que ontem à noite viajou para a Índia. Tarso Genro (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) será seu substituto. Chateado, Cristovam que estava na embaixada brasileira em Lisboa quando foi demitido por Lula avaliou como desconsideração ser desligado do governo por telefone. Ele deve voltar a cumprir mandato de senador pelo Distrito Federal. Anteontem, o ex-ministro se disse surpreso com a possibilidade de deixar o cargo e chegou a mostrar uma lista de convênios na área de educação que assinaria na viagem presidencial à Índia. Segundo o Ministério da Educação, no telefonema, por volta das 11h, Lula disse a Cristovam que precisaria do cargo porque pretende fazer uma reforma universitária e quer à frente uma pessoa que esteja fora do mundo acadêmico. Cristovam que deve voltar ao Brasil amanhã foi convidado por Lula para, mesmo demitido, ir à Índia, mas recusou o convite. Tapa Nesta semana Lula disse aos novos ministros que tiraria Cristovam da equipe. Em tom de desabafo, Lula deu um tapa na mesa anteontem à noite, quando conversava com o novo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB-PE). Disse que não agüentava mais acadêmicos no governo e que tiraria Cristovam. Quero ministros para apresentar resultados, não para ficar com tese, com conversa. Por isso estou pegando essa turma boa da Câmara, disse. A turma da Câmara são os quatro novos ministros que Lula confirmou anteontem: Eunício nas Comunicações; Patrus Ananias (PT-MG) no novo superministério da área social; o líder do PSB na Câmara, Eduardo Campos (PE), na Ciência e Tecnologia; e o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), na nova pasta da articulação política.