Funcionalismo pressiona governo por reajuste
Brasília Uma verdadeira corrida por aumentos e vantagens salariais foi deflagrada pelas várias categorias do funcionalismo público federal, que usam o período eleitoral para pressionar governo e Congresso. Apesar de o Executivo insistir que não exis
Por | Edição do dia 07/04/2002 - Matéria atualizada em 07/04/2002 às 00h00
Brasília Uma verdadeira corrida por aumentos e vantagens salariais foi deflagrada pelas várias categorias do funcionalismo público federal, que usam o período eleitoral para pressionar governo e Congresso. Apesar de o Executivo insistir que não existem recursos para arcar com a maior parte da ampliação das despesas de pessoal, um cenário difícil surge: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na terça-feira (02), que é possível aumentar os salários às vésperas da eleição de 8 de outubro. Em reunião realizada a portas fechadas, o TSE reconheceu na terça-feira a validade da aprovação de projetos de lei com o objetivo de reestruturar os salários. Essa decisão reforçará a artilharia do funcionalismo público. Cinco projetos de lei - alguns de iniciativa do governo, como o que reorganiza as carreiras do Banco Central (BC) - estão para ser votados na Câmara e representam um rombo de R$ 3,508 bilhões no Orçamento deste ano. Campanha Além disso, os servidores federais lançarão, no dia 16, uma campanha unificada do Executivo, Legislativo e Judiciário para pleitear reposição de perdas de 82% a título de revisão linear na data-base, em janeiro. Esse percentual é o total das perdas que os servidores alegam terem acumulado nos vencimentos nos oito anos do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesse período, a política de reajustes gerais foi substituída por aumentos diferenciados por carreira. Esse mesmo pleito foi feito em 2001 e o obtido foi 3,5% a partir de janeiro. Com este governo, nunca foi fácil negociar a valorização dos servidores, mas, agora, vamos usar o ingrediente explosivo de uma campanha presidencial, afirmou o coordenador da Federação dos Servidores do Judiciário Federal e Ministério Público da União, Adilson Rodrigues dos Santos. Segundo ele, os servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderão até mesmo boicotar as eleições se isso for necessário. Os funcionários do Judiciário federal, que querem aprovar o novo Plano de Carreiras, decidem, nos próximos dias, se entrarão em greve para pressionar pela votação da proposta. O líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), admite que a pressão é cada vez maior. Para ele, o reajuste concedido por atos administrativos internos pela Câmara e Senado aos servidores recentemente deve servir de estímulo para que outras categorias encaminhem os pleitos ao Congresso. É uma verdadeira corrida por novas vantagens porque ninguém quer ficar para trás, enfatiza Madeira.