Senador frustra Bras�lia ao mostrar prova contra Dirceu
Brasília (Agência Folha) - O mundo político parou ontem em Brasília diante da expectativa - logo frustrada - de que o senador Almeida Lima (PDT-SE) cumprisse a promessa apresentada publicamente na tarde da segunda-feira: apresentar uma suposta prova de qu
Por | Edição do dia 03/03/2004 - Matéria atualizada em 03/03/2004 às 00h00
Brasília (Agência Folha) - O mundo político parou ontem em Brasília diante da expectativa - logo frustrada - de que o senador Almeida Lima (PDT-SE) cumprisse a promessa apresentada publicamente na tarde da segunda-feira: apresentar uma suposta prova de que o ministro José Dirceu (Casa Civil) teria conhecimento das atividades ilícitas do seu ex-assessor Waldomiro Diniz e que trabalhara para abafar o caso. O documento que Lima classificou como prova é um relatório da Polícia Federal, parte de um inquérito no qual a gestão de Waldomiro como presidente da Loterj também é investigada. A prova seriam notícias de imprensa reproduzidas no relatório segundo as quais o ministro Dirceu teria telefonado - em maio ou junho do ano passado- para o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, tentando evitar que o inquérito seguisse seu rumo. Telefonema que é negado por Garotinho. Governo e aliados atribuíram ao que chamaram de irresponsabilidade do pedetista o maior gesto em defesa de Dirceu até o momento. Primeira a falar, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), chegou ao limite da agressividade -tom que ela mesma reconheceria mais tarde. É deprimente o espetáculo que esse plenário acaba de assistir. A montanha rugiu, rugiu e nem um rato pariu. Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado, defendeu a honra de Dirceu, afirmou que todas as acusações infundadas terão respostas judiciais. Mais enfático que Mercadante, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) elogiou a probidade de Dirceu e disse que Lima era um homem digno de pena, que no mínimo não iria dormir, acometido por remorso. Se eu fosse do governo ou do PT, faria uma estátua para ele. Foi o primeiro a defender de verdade o ministro.