São Paulo, SP (Agência Folha) - O ex-assessor do ministro José Dirceu (Casa Civil) Waldomiro Diniz foi convocado pela Alerj (Assembléia do Estado do Rio de Janeiro) para depor no próximo dia 6 de abril na CPI da Loterj/RioPrevidência, que investiga supostas irregularidades  na Loteria fluminense na gestão  de Waldomiro -de janeiro de  2001 a dezembro de 2002-, e no  Rioprevidência (fundo de pensão dos servidores estaduais). A CPI é controlada por aliados do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), que foi o responsável pela nomeação de Waldomiro para a Loterj, depois mantido por Benedita da Silva (PT). Dos seus nove integrantes, seis são aliados do ex-governador, que conta ainda com o apoio dos quatro suplentes. A comissão designada pelo governo do Rio de Janeiro para investigar a gestão de Waldomiro Diniz na Loterj concluiu nesta semana que o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil fez alterações no edital de concorrência de loteria de múltiplas chances de acordo com o pedido feito pelo empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em agosto de 2002. Esse tipo de loteria paga prêmios de valores diferentes, como as raspadinhas. No mês passado, a revista “Época’’ publicou a transcrição de uma conversa em que Waldomiro e Cachoeira discutem propina, doações para campanhas eleitorais e privilégios no processo de licitação das loterias do Rio. A comissão foi instaurada pela governadora Rosinha Matheus (PMDB) há 30 dias. O procurador-geral do Estado do Rio, Francesco Conte, que apresentou o relatório dos trabalhos da comissão, afirmou ter encontrado “robusta prova documental’’ contra o ex-presidente da Loterj. Também foram convocados para depor na CPI da Alerj o ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares (em 30 de março), o ex-presidente do Rioprevidência Ruy Bello (em 18 de março) e Carlinhos Cachoeira (25 de março). As audiências são sempre às terças e quintas, às 10h.