Nacional
Chefe do tr�fico na Rocinha morre em tiroteio

Rio de Janeiro A Polícia Militar pediu o reforço de 100 homens do Batalhão de Choque para evitar manifestações dos moradores da Rocinha simpatizantes do traficante Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico na favela, morto na tarde de ontem durante um confronto com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). No mesmo tiroteio, morreu Ronaldo Araújo da Silva, o Didão, de 27 anos e que seria chefe dos moto-taxistas da Rocinha. Logo após a confirmação da morte de Lulu, o comércio fechou as portas e o clima ficou tenso no local. Segundo a PM, Lulu e o comparsa estavam escondidos numa mata na localidade de Laborioux e foram surpreendidos por uma patrulha do Bope, formada por oito policiais. Os dois teriam reagido e tentado fugir. Baleados na barriga, eles morreram a caminho do hospital. Com os traficantes, os policiais do Bope apreenderam dois fuzis G3, duas pistolas da marca Clok e munição. Luciano, de 27 anos, era irmão caçula do traficante Cassiano Barbosa da Silva, que morreu em 1987 durante a Operação Mosaico II. O traficante assumiu os pontos em 1995 quando Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, foi preso. Na Sexta-Feira Santa, a Rocinha foi invadida pelo bando de Dudu, que comandou a operação. A briga entre as quadrilhas rivais matou 10 pessoas e, na segunda-feira, a favela foi ocupada por policiais militares. Segundo relatório reservado da polícia, o faturamento do tráfico na Rocinha chega a R$ 10 milhões por semana, mas em fevereiro, mês de carnaval, a venda de drogas rendeu R$ 50 milhões. Também ontem, o Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública entregou ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, moção de solidariedade ao secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho. No documento, o colegiado cobra do ministro ?um tratamento exclusivamente profissional? no que se refere à situação de violência no Rio gerada pelo confronto entre traficantes nas favelas da Rocinha e do Vidigal. Um dia antes, Bastos reagiu com ironia ao pedido de 4 mil homens das Forças Armadas feito por Garotinho.