Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá vetar alterações na medida provisória que reajustou o salário mínimo para R$ 260, segundo a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que participou da reunião de Lula com aliados ontem. Como a MP é polêmica, o governo teme uma nova derrota para a oposição, a exemplo do que ocorreu com a MP dos bingos, rejeitada no Senado na última quarta-feira (5). “Eu acredito que ele veta qualquer aumento, pois se ele pudesse ter dado um aumento de R$ 1 a mais ou de R$ 0,50, ele daria, e não sofreria esse desgaste”, declarou Ideli Salvatti. À noite, em nova entrevista, ela recuou e disse que foi mal-interpretada. Um assessor do Palácio do Planalto confirmou que a MP do salário mínimo foi mencionada durante a reunião. Lula também pediu aos aliados empenho na votação de outros projetos prioritários pelo governo. São eles: a Lei de Falências, as PPPs (Parcerias Público-Privadas) e o projeto que cria as normas de biossegurança. Os três já foram aprovados pela Câmara, mas estão parados no Senado. Os líderes disseram que há consenso de que os projetos deverão ser votados o mais rápido possível, mas disseram que as propostas são muito complexas e ainda precisam de ajustes. Os senadores aliados aproveitaram a reunião para cobrar mais encontros de congressistas com os ministros. Lula disse a eles que determinará aos ministros que reservem mais tempo em suas agendas para idas ao Congresso, para receber deputados e senadores. Novo valor O relator da medida provisória que estipula o salário mínimo em R$ 260, deputado Rodrigo Maia (PFL), confirmou ontem à tarde que deverá apresentar hoje parecer propondo aumento do valor para R$ 275. Rodrigo Maia disse que a audiência pública na comissão mista do salário mínimo, prevista para hoje, na qual serão ouvidos os ministros da Previdência, Amir Lando, e do Planejamento, Guido Mantega, servirá para demonstrar que o valor de R$ 275 é viável. Na Câmara, não há acordo sobre o valor do mínimo na bancada do PT, que se reuniu ontem e faz novo encontro na próxima terça-feira (18). O líder do PT na Casa, deputado Arlindo Chinaglia (SP), reafirmou que, se não houver sinalização do governo de um valor maior para o mínimo, “as bancadas do PT na Câmara e no Senado apoiarão o salário de R$ 260”.