Nacional
MP investiga propina em Prefeitura do Rio

Rio de Janeiro ? Um vereador, um advogado e supostos representantes de empresas prestadoras de serviços em São Gonçalo (cidade na região metropolitana do Rio) estão sob a investigação do Ministério Público Estadual, da Polícia Civil, da OAB-RJ (seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil) e da Câmara dos Vereadores do município. Inquéritos foram abertos pelas instituições para apurar as supostas práticas de improbidade administrativa, extorsão e corrupção ativa por parte dos acusados. As investigações foram iniciadas depois de o programa Fantástico (Rede Globo) ter mostrado, domingo, as imagens de um repórter, na função de secretário de governo, Planejamento e Controle, de São Gonçalo, recebendo propostas de suborno e de participação em negociatas. A secretaria é comandada por George Calvert, que é irmão do prefeito da cidade, Henry Charles (PMDB). O prefeito afirmou não ter tomado conhecimento da permanência do repórter por 30 dias no gabinete do irmão. ?Em momento algum fui procurado por ninguém. Meu irmão não se afastou totalmente de suas funções. Considero um ato de coragem e lisura de administração do George, ao abrir as portas e mostrar publicamente o grau de pressão que sofre no dia-a-dia?, disse. O prefeito afirmou ter considerado inaceitável a atitude do vereador Ricardo Crespo de Araújo, o Ricardo Castor (PMDB). No programa, o vereador reclama da exoneração de aliados e, por meio do advogado e ex-procurador do município, Miguel Nogueira, oferece propina de R$ 30 mil mensais ao repórter. O vereador responderá a inquéritos parlamentar (aberto pela Câmara de Vereadores), civil público (aberto pela Promotoria de Direitos Difusos de São Gonçalo) e criminal (aberto pela 72ª Delegacia de Polícia). A promotora de Direitos Difusos do Ministério Público Estadual, Danielle Silva de Carvalho, requisitou cópias das fitas de gravação do programa. Ela ressaltou que abrirá uma ação civil pública contra o vereador e as empresas envolvidas no esquema de corrupção. ?Precisamos de outros elementos, além das fitas. Quero ouvir até mesmo o repórter e o secretário de governo?, afirmou a promotora.